Dragões deram a volta ao marcador e acabaram por vencer o Vitória de Guimarães por 2-1. Últimos segundos da partida ficaram marcados pela decisão de um golo anulado à equipa minhota, por recurso ao VAR.

O Vitória teve mais oportunidades de golo do que as que conseguiu concretizar; o Porto converteu todas as suas chances. Esta disparidade reflete a competência e eficácia das equipas em relação aos golos, fatores determinantes para resultados e conquistas de títulos.

É importante salientar que a derrota do Vitória não se deveu à atitude dos jogadores nem à estratégia do treinador. No geral, a equipa teve um desempenho meritório, sendo superior na primeira parte e menos consistente na segunda. As tentativas de Jota Silva, João Mendes, Dani Silva e Ricardo Mangas foram frustradas pelas defesas destacadas de Diogo Costa.

Com Manu Silva no banco, e Borevkovic como titular, o Vitória manteve praticamente o mesmo onze inicial, demonstrando vontade de competir num jogo que ocorreu sob chuva, sem influência no desempenho.

A estratégia de Álvaro Pacheco baseou-se em simplicidade, com a equipa jogando de forma consistente, aproveitando a profundidade de Jota Silva e criando oportunidades. No entanto, a eficácia nos remates de Ricardo Mangas e João Mendes foi comprometida.

A não concretização das oportunidades resultou na vitória a favor de um Porto mais eficiente, consolidada na segunda metade com um belo golo de Francisco Conceição.

Para o Vitória, este jogo foi marcado por oportunidades desperdiçadas, já que a vantagem de um golo, marcado por André Silva aos 17 minutos, não refletiu a produção da equipa. A eficácia também se mede pela qualidade do plantel, que oscilou em vários aspetos essenciais.

Até ao golo do Porto, que aconteceu aos 39 minutos com Zaidu, viveu-se uma euforia justificada pelos adeptos do Vitória. No entanto, o segundo tempo viu o Porto pressionar e consolidar a vitória com o golo de Francisco Conceição.

Apesar da reação natural do Porto, que buscava a vitória para manter-se na luta pelo título, o Vitória mostrou-se abnegado em campo. O guarda-redes Bruno Varela enfrentou desafios, resolvendo a maioria, exceto um remate do esquerdino portista.

A eficácia da equipa vitoriana diminuiu, evidenciada pelo remate de longa distância de Dani Silva aos 78 minutos, defendido brilhantemente por Diogo Costa. O jogo teve momentos de sobressalto defensivo, com os portistas a explorarem as substituições para ensaiar contra-ataques.

O jogo, que contou com 21.353 espectadores, teve incidentes durante a partida, além das habituais trocas de palavras entre claques e dos petardos na bancada portista, que continuam a criar tumulto.

Álvaro Pacheco, treinador do V. Guimarães, em declarações no final da derrota em casa (1-2) frente ao FC Porto:

«Faltou-nos eficácia. Não só criámos melhores oportunidades, como mandámos na maior parte dos noventa minutos e tivemos o domínio do encontro. Se repararmos, o FC Porto marcou numa bola parada e numa perda de bola nossa. Estamos tristes porque não conseguimos pontuar, mas como disse aos meus jogadores no balneário, é esta mentalidade de campeões que temos de ter sempre. Por isso vamos manter esta mentalidade e as vitórias virão mais vezes.

O nosso objetivo era sermos uma equipa audaz e aproveitarmos este inferno que criámos aqui em casa, com este ambiente, esta mística das bancadas e que passa para os jogadores. Acho que demonstrámos que crescemos em relação ao último jogo, estamos num processo de crescimento e o Sérgio Conceição reconheceu a realidade do jogo: que o Vitória foi muito superior ao FC Porto e merecia sair daqui com pontos.

Agora vem uma paragem de três semanas e, como não conseguimos ganhar, gostávamos que o próximo jogo viesse o mais rápido possível. Mas nós não saímos daqui diminuídos, esqueçam isso. Por isso não vamos deixar de evoluir. Vou aproveitar a paragem de quase três semanas para criar variantes que vão ser importantes no futuro e vamos trabalhar para estarmos mais preparados quando voltar a competição.»

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações no final da vitória por 2-1 em Guimarães:

«Foi um triunfo difícil, perante uma boa equipa, num ambiente que sabíamos difícil. Na primeira parte a interpretação que tivemos do que foi trabalhado durante a semana não foi a melhor e tentámos ratificar ao intervalo. O penálti nasceu de um cruzamento inofensivo, o V. Guimarães meteu-se a ganhar e depois tivemos momentos em que esticámos o jogo de uma maneira como não o devíamos ter feito, porque não foi isso que trabalhámos.

Tínhamos superioridade no meio e não encontrávamos os nossos homens no centro, perdíamos as segundas bolas e depois o V. Guimarães conseguia sair bem. Na segunda parte foi diferente, acho que nos faltou o terceiro golo e mais uma vez faltou-nos eficácia ofensiva. Fizemos dois golos, podíamos ter feito mais, o Vitória também podia ter feito mais, foi um jogo nem sempre bem jogado, mas muito competitivo.

Ganhar numa casa difícil como esta, frente a um clube com tradições no futebol português, é uma boa vitória. Mas há momentos em que temos de ter mais qualidade. Esta época muitas vezes estamos no caminho certo para subir de qualidade e depois acaba por algum jogo nos fazer recuar, também porque defrontámos adversários que têm mérito.

Sinceramente esperava mais nesta atlura. Esperava ser líder, esperava não ter perdido cinco pontos em casa e esperava que estivéssemos mais sólidos coletivamente. Mas ganhámos e foram três pontos muito importantes. Agora temos de ir à procura de trabalhar, ver o que temos feito e tentar encontrar a regularidade que nos falta.»