António Matos quis ficar “de consciência tranquila”.
Uma notícia de despejo e a chegada de um agente de execução representam sempre um momento de tensão e, obviamente, dramático para aqueles que acabam de perder o teto onde viviam.
No entanto, um agente de execução em Coimbra demonstrou ter um “coração mole” e ser um profissional exemplar ao tentar, antes de despejar uma família, encontrar-lhe um novo lar.
Devido ao não pagamento de rendas, o tribunal ordenou a saída de uma família de cinco elementos de uma casa em Cioga do Monte, em Coimbra.
Conforme reportado pela SIC Notícias, a ordem de despejo decorria com normalidade no final de outubro, até que o agente António levou mais de 7 horas para cumprir a sua missão. Isso ocorreu porque ele se recusou a descansar até encontrar uma nova moradia para a família da qual tinha sido chamado para retirar de sua casa.
“A missão era cumprir a sentença sem que a família fosse para a rua e os animais abandonados. Estamos a falar de 14 vidas”, admitiu António Matos, destacando que o seu objetivo era “ficar de consciência tranquila”.
Ele recorreu à linha de Emergência Social e conseguiu encontrar abrigo numa pensão para o casal, suas duas filhas de 18 anos e o namorado de uma delas, bem como um abrigo para os 9 gatos da família.
“O Estado devia ter outra sensibilidade que parece não ter. Ouvimos falar de milhões, mas estes casos, que são o cerne da sociedade, por vezes passam ao lado. Mas a quem está no terreno não pode passar ao lado”, comentou em declarações à SIC.