O SC Braga perdeu hoje a oportunidade de subir provisoriamente ao primeiro lugar da Liga depois de ser derrotado em casa pelo Benfica, por 1-0, na 14.ª jornada da Liga portuguesa de futebol. Os ‘Guerreiros’ mantêm-se na quarta posição da I Liga, com 29 pontos, vendo interrompida uma série de quatro vitórias consecutivas para o campeonato e sofrendo apenas a segunda derrota em casa nesta época.

Nos ‘Arsenalistas’ e nos ‘Encarnados’ registaram-se apenas uma alteração, com os regressos aos ‘onzes’ de Álvaro Djaló e António Silva (saíram Pizzi e Tomás Araújo, respetivamente).

Destaca-se a ausência de Al Musrati, que nem no banco se sentou, devido a problemas físicos.

O jogo começou com o golo madrugador de Tengstedt, após um erro de Zalazar a meio-campo, que abriu uma ‘cratera’ para um rápido contra-ataque do Benfica: Kokçu serviu o avançado dinamarquês, que não perdoou na cara de Matheus.

Isso desencadeou cerca de meia hora caótica, ao contrário do que Artur Jorge tinha previsto na véspera, com o jogo invulgarmente partido numa fase inicial.

Álvaro Djaló, que já tinha tentado aos nove minutos, obrigou Trubin a uma enorme defesa (14) e, logo a seguir, o Benfica respondeu com um remate à barra de Di María (17), após uma excelente jogada coletiva.

O Benfica aproveitava o muito espaço concedido para criar mais perigo e, aos 28 minutos, Di María marcou um livre, Matheus defendeu para a frente e Otamendi por pouco não fez a recarga para golo.

Descontente com Zalazar, que não defendia nem criava jogo, Artur Jorge tirou o médio uruguaio à passagem da meia hora e lançou André Horta.

A abrir a segunda parte, João Mário podia ter ‘matado’ o jogo, mas fez um passe para Matheus após grande jogada de Rafa (48).

O treinador do Braga trocou de centrais aos 55 minutos, lançando Niakaté para o lugar do ‘amarelado’ Serdar e, dois minutos depois, a equipa da casa dispôs de uma boa oportunidade para marcar após grande lance entre Álvaro Djaló e Banza, com este último a rematar já bem dentro da área, mas à figura de Trubin.

Roger Schmidt refrescou o ataque, trocando Tengstedt por Musa (61), mas sem resultados práticos, já que o Braga continuou a empurrar o Benfica para a sua área, embora sem conseguir criar claras ocasiões de golo.

Declarações do treinador do Sp. Braga, Artur Jorge, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota por 1-0 ante o Benfica, em jogo da 14.ª jornada da I Liga:

[Se foi a eficácia a determinar o resultado:] «Mais do que a eficácia, terá sido a forma como iniciámos o jogo. Ou seja, um erro individual que nos condiciona para o resto da partida, mas acabámos por dar uma boa resposta na exibição e é verdade que o jogo deu pouco para o que produzimos. Creio que fizemos um bom jogo, com uma segunda parte completamente dominadora, mas não tivemos a eficácia e o resultado resume-se aos factos e temos de ficar resignados com o resultado.»

[Se o golo sofrido cedo tem peso e segundas partes distintas:] «O peso é muito, acaba por ser o golo que decide o jogo, um erro individual muito cedo. Mesmo tendo feito nós uma boa exibição, acaba por deixar o adversário mais confortável, com uma primeira parte a ser jogada mais direcionada para o que foram as transições, procurar aproveitar a velocidade dos seus avançados e o espaço nas costas da nossa linha defensiva. Na segunda parte, nem isso permitimos, porque acabámos por estar muito mais tempo no meio-campo ofensivo, próximos da baliza contrária, da área do Benfica. Criámos algumas situações, não fomos tão eficazes como queríamos e vimos uma equipa que defendeu bem e acaba por ganhar o jogo, creio até mais por aquilo que consegue, na forma como consegue defender.»

[Saída de Zalazar aos 31 minutos:] «Tirei o Rodrigo não pelo lance, mas pela necessidade que tinha de fazer o ajuste para a equipa ser mais eficaz no que era o nosso momento de pressão em zonas mais altas. E sim, o golo traz-nos ao que foi um jogo com maiores transições por parte do Benfica. Tivemos de tentar reagir ao golo sofrido, demos uma boa resposta na reação imediata, criámos oportunidades, procurámos igualar para ir em busca de um resultado que queríamos, mas não creio que tenha sido um jogo tão partido quanto isso.»

[Entrada de Niakaté na segunda parte pelos indicadores que a equipa já dava na segunda parte:] «Há duas razões para o que pensei. Tem a ver com o que era o próprio controlo da profundidade. Sabíamos, e a partir do momento em que estávamos em desvantagem, tínhamos de ter a equipa mais alta, com mais espaço nas costas, mas isso teríamos também com o resultado igual e tínhamos preparado o jogo para isso, até porque o Benfica tem três homens que participam pouco no momento defensivo: o Rafa, o avançado e o Di María. E era importante controlar essas referências para evitar essas transições. A segunda questão tem a ver com o Serdar ter o amarelo e decidimos optar por trocar, o Sikou é rápido, dava garantias defensivas e aproveitar uma das suas grandes vantagens, ser um jogador forte na ligação ofensiva.»

[Se a derrota é um percalço para sonhar com o título ou se ainda é cedo:] «Estamos na 14.ª jornada, qualquer derrota é sempre um percalço. Perdemos, é um percalço no caminho, acima de tudo. Um caminho que queremos que seja construído em cima de vitórias. Não conseguindo isso, é um contratempo.»

Declarações do treinador do Benfica, Roger Schmidt, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a vitória por 1-0 ante o Sp. Braga, em jogo da 14.ª jornada da I Liga:

[Trubin:] «Penso que teve bons momentos, claro que a última defesa com o pé, ele teve de dar tudo, mas penso que antes, em cruzamentos difíceis, ele esteve sempre muito seguro. Também na construção, penso que está bem, dá a bola aos jogadores no momento certo, a tomada de decisão é boa. Por isso, penso que, especialmente na primeira parte, estivemos bem na construção. Encontrámos soluções, também com ele, mas também com outros jogadores. Com os jogos, ele cresce e penso que todos vemos que é um guarda-redes de topo e ainda é novo, ainda pode evoluir, estamos contentes e na minha opinião fez um grande jogo esta noite.»

«Penso que houve alguns bons momentos para contra-ataques e transições, mas viemos de um jogo na Champions, não é fácil fazer um jogo de topo ao domingo. (…) Tens de defender, é futebol, às vezes encontras o momento para decidir o jogo. Se não o fazes, tens de defender. Hoje precisámos de um grande espírito na defesa e fomos capazes de o fazer.»

[Justiça do resultado:] «Na minha opinião, merecemos vencer.»