Em duelo acirrado, Gil Vicente leva a melhor em casa e ascende na tabela da Primeira Liga

Num confronto repleto de emoção na 19.ª jornada da Primeira Liga, realizado em Barcelos, o Gil Vicente conseguiu uma vitória importante sobre o Vitória de Guimarães. O jogo, caracterizado pela sua intensidade e estratégia, foi decidido com um golo tardio de Maxime Dominguez, alterando a trajetória das equipas na competição.

A formação de Barcelos, que tem mostrado uma performance notável em casa, registando apenas uma derrota na presente temporada, garantiu a conquista dos três pontos aos 85 minutos. O momento decisivo surgiu através do médio suíço Dominguez, que se destacou como a figura do encontro.

Este triunfo permitiu ao Gil Vicente subir ao 10.º lugar da tabela classificativa, agora com 22 pontos. Por outro lado, o Vitória de Guimarães, que vinha de uma série de sete jogos sem conhecer a derrota, viu essa sequência interrompida. A equipa mantém-se, contudo, na quinta posição, com 36 pontos, igualada ao Sporting de Braga, que tem um jogo por realizar nesta jornada.

Este resultado evidencia a imprevisibilidade e a competitividade da Primeira Liga, onde cada jogo pode trazer surpresas e alterar significativamente as aspirações e estratégias das equipas envolvidas.

Vítor Campelos, treinador do Gil Vicente, na sala de imprensa, após a vitória por 1-0 frente ao V. Guimarães:

«Primeiramente, quero dizer que assistimos a um fantástico jogo, tanto dentro como fora do campo, e o futebol saiu valorizado. Sabíamos que íamos enfrentar uma equipa muito forte, bem orientada e que sabe o que faz, razão pela qual está a realizar um excelente campeonato. Porém, também sabíamos o que queríamos fazer e preparamo-nos bem para o jogo. Conscientes de que o Vitória explora bem a profundidade e a largura, estes eram dois momentos do jogo em que tínhamos de estar concentrados, e acredito que conseguimos.

Somos uma equipa que aprecia ter a posse de bola e buscar espaços para alcançar o último terço do campo, criando situações de finalização. Na primeira parte, houve uma oportunidade para cada lado. Na segunda, penso que tivemos mais controlo do jogo e acabámos por vencer justamente um adversário fortíssimo. Estamos muito satisfeitos com o que fizemos e com a qualidade que demonstrámos. Apesar de algumas contrariedades, conseguimos realizar um bom jogo.

Quanto à importância do fator casa, temos alcançado excelentes resultados no nosso estádio, creio que estamos no top 5. Contudo, mesmo fora de casa, perdemos pontos que não deveríamos ter perdido, o que aconteceu na semana passada. O campeonato é uma maratona e muito competitivo. Numa equipa como a do Gil Vicente, onde saíram 13 jogadores e é preciso reconstruir a casa, este é um trabalho moroso. Estamos muito contentes com a postura e dedicação dos jogadores, e é apenas com este empenho que podemos praticar um futebol positivo.

Sobre a posição na frente de Félix Correia, com a saída do Baturina, o Depú lesionado e o Alipour que teve uma recaída, procurámos um jogador que tivesse capacidade de pressionar e que fosse rápido. Ele hoje realizou inúmeros sprints para pressionar a defesa do Vitória. Já jogámos com o Miro e com o Miguel, o Alipour está a recuperar e os que derem mais garantias durante a semana serão os que jogarão.

Quanto à estreia de Castillo, ele fez um bom jogo, tal como todos os colegas. Frequentemente, jogadores que vêm de campeonatos com um ritmo de jogo mais baixo têm dificuldades na adaptação. Ele está a melhorar dia após dia e, num jogo de grande exigência como o de hoje, acabou por se destacar. Nos minutos finais, como não jogava há muito tempo, estava exausto e teve de ser substituído. Ele tem qualidade de passe, mas precisa melhorar em termos posicionais, e está a evoluir nesse sentido. Está integrado no processo e deu uma boa resposta.

Álvaro Pacheco, treinador do V. Guimarães, na sala de imprensa, após a derrota por 1-0 frente ao Gil Vicente:

«O Vitória manteve a mesma alma na segunda parte, mas também houve mérito do Gil Vicente. Acho que fizemos uma primeira parte muito boa. Conseguimos espaço para chegar ao último terço, mas faltou-nos qualidade e clarividência no último passe, além de eficácia. Se conseguíssemos marcar, desbloquearíamos o jogo e obrigaríamos o Gil Vicente a subir as linhas.

Com o passar do tempo, a estratégia do Gil manteve-se, e sabíamos que eles procurariam aproveitar os momentos em que estivéssemos desequilibrados. Penso que o resultado é injusto, tendo em conta o que a minha equipa produziu. Estamos tristes, queríamos sair daqui com os 39 pontos que era o nosso objetivo, mas também enfrentámos uma boa equipa.

Sobre a entrada de João Mendes, não estávamos a conseguir chegar ao último terço e ele tem capacidade para isso. Aproveitou os espaços entre linhas e a sua entrada foi precisamente para esse fim. Em alguns momentos, quando uma equipa quer ganhar, acaba por se expor. Nas poucas vezes em que o Gil Vicente conseguiu sair, acabou por ter a sorte que nós não tivemos. Estamos aqui com uma derrota e estamos tristes. Temos de aprender, amadurecer e tornar-nos mais fortes. Uma palavra aos nossos fantásticos adeptos, que são fundamentais.

Quanto à estreia de Nelson Oliveira e a diferença para André Silva, são jogadores com características e perfis diferentes. São atletas de muita qualidade, que sabem jogar na profundidade e são muito inteligentes. O Nelson, pela sua atitude e mentalidade de querer vencer, vem-nos ajudar a alcançar os nossos objetivos».