Com uma vitória de 2-1, mesmo com 10 jogadores, a equipa de Chaves ascende na tabela e quebra série de jogos sem vitórias.

Num embate marcado pela determinação e reviravoltas, o Desportivo de Chaves conseguiu uma vitória crucial de 2-1 sobre o Boavista, em jogo válido pela 22.ª jornada da I Liga Portuguesa de Futebol. O triunfo permitiu à equipa transmontana abandonar a última posição na tabela classificativa, dando um novo alento na luta pela manutenção.

O encontro no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira começou a favor dos locais, com Raphael Guzzo a abrir o marcador logo aos sete minutos de jogo. No entanto, o Boavista não tardou a responder, com Bruno Lourenço a converter uma grande penalidade aos 23 minutos, restabelecendo a igualdade no placar.

A segunda parte do jogo trouxe mais emoção e um desafio adicional para o Chaves, após a expulsão de Carraça aos 59 minutos. Apesar da desvantagem numérica, a equipa da casa mostrou resiliência e, aos 71 minutos, Héctor Hernández voltou a colocar o Desportivo de Chaves na frente do marcador, selando a vitória.

Esta conquista é particularmente significativa para a equipa orientada por Moreno, que pôs fim a uma série de nove jogos sem conhecer o sabor da vitória. Com este resultado, o Desportivo de Chaves sobe, provisoriamente, para o 17.º lugar, acumulando 17 pontos e deixando a lanterna da competição, enquanto o Boavista desce para a 10.ª posição, com 24 pontos.

O resultado é um importante impulso moral para o Chaves, reforçando a esperança de permanência na I Liga. Por outro lado, o Boavista vê-se agora numa posição mais delicada na tabela, tendo de recuperar terreno nas jornadas seguintes para assegurar uma posição confortável na classificação.

A vitória do Desportivo de Chaves é um testemunho da imprevisibilidade e da competitividade da I Liga, onde cada jogo pode trazer mudanças significativas na luta pela manutenção ou por posições cimeiras na tabela. Ambas as equipas enfrentam agora o desafio de manter a consistência e buscar resultados positivos nas jornadas que se avizinham.

O treinador do Desp. Chaves, Moreno, em declarações na conferência de imprensa após a vitória na receção ao Boavista (2-1), em jogo da 22.ª jornada da Liga:

«[A vitória] parece-me justa e, quando digo justa, não é pela qualidade do jogo, porque sou o primeiro a perceber que temos condições para jogar melhor ainda. A responsabilidade disso é um pouco minha, porque sinto os atletas ansiosos dentro do campo e eu tenho de lhes fazer perceber que têm mais qualidade, mas quando digo que [a vitória] é justa é pela entrega, pela crença, pelo acreditar que eles tiveram.

Não me queria alongar muito a fazer uma avaliação do jogo a não ser responsabilizar muito e dizer que esta vitória é quase só dos atletas, porque foram eles e são eles que vão para dentro do campo, que se entregam, que percebem o que é que têm de fazer em alguns momentos do jogo, noutros ainda temos coisas a melhorar mas, como digo, não me quero alongar muito a não ser valorizar a atitude boa que o nosso grupo de trabalho teve hoje e tem tido noutros jogos.

Disse, na antevisão, que o futebol não tem sido tão justo connosco noutros jogos como deveria ter sido, mas acho que hoje o futebol foi justo connosco, com uma equipa que trabalhou, lutou, acreditou. Ficaram cá três pontos que não nos dão nada mais do que confiança para o próximo jogo e eu espero que seja assim, porque tranquilidade nós não temos nenhuma.

Gosto de falar a ver, a estar seguro do que estou a dizer e não vi o lance [da grande penalidade], sinceramente. Não protestei tanto com a decisão do árbitro, mas mais como uma chamada de atenção ao Sandro porque, estando dentro da área, tem de ter ponderação.

Entendo que, neste momento, com o equilíbrio que há no nosso futebol, a forma mais fácil de fazer golo é de penálti. O lance, provavelmente, não daria nada e oferecemos quase um golo ao Boavista. Tem sido muito este tipo de erros que nos tem tirado pontos.

O que me parece é que fizemos um segundo golo limpo, já vi a imagem e estou seguro disto. Se estiver fora de jogo, que não é o caso, retiro o que disse. Falta? Não existiu. Já vi a imagem e não há jogo perigoso, na minha opinião.

[Cartões amarelos e expulsão] Senti claramente que a nossa equipa ficou muito condicionada ao intervalo, com cinco atletas da linha defensiva logo com amarelo, e isso é muito difícil de, depois, gerir no jogo.

Ficámos em inferioridade numérica com [a expulsão de] um atleta que nem tinha amarelo e, mesmo assim, o grupo nunca deixou de acreditar, por isso é que digo e repito: valorizar e responsabilizar muito os nossos atletas.»

O treinador do Boavista, Ricardo Paiva, em declarações na conferência de imprensa após a derrota em casa do Desp. Chaves (2-1), em jogo da 22.ª jornada da Liga:

«Um jogo muito chato, tínhamos alertado para a dificuldade de jogar aqui, contra o [Desportivo de] Chaves, um adversário a precisar de pontos e que iria fazer de tudo para conseguir conquistar a vitória.

Entrámos bem na primeira parte, sofremos o primeiro golo na sequência de uma infelicidade, igualámos e acho que fomos para o intervalo até ligeiramente por cima [do jogo]. Uma entrada boa na segunda parte que, depois, acaba por se diluir com a expulsão, estranhamente.

Acho que deveríamos ter tido a capacidade de gerir melhor o jogo em superioridade numérica. A verdade é que não foi isso que aconteceu e, quando há relaxamento, o desfecho é este. É preciso mais, muito mais.

[Golo de Héctor] Cruel, claro que é, porque acabámos por não levar qualquer ponto daqui, mas volto a dizer: é preciso muito mais, fazer mais, estar mais empenhado até ao final, todos nós, inclusive equipa técnica, para conseguirmos levar pontos dos jogos.

Os jogos são extremamente difíceis, sabíamos que a dificuldade era grande aqui, contra o [Desportivo de] Chaves, acabámos por relaxar ali em determinado momento e pagámos a fatura.»