O Tribunal de Matosinhos condenou 14 dos 26 arguidos envolvidos num esquema de burla que envolvia a compra fraudulenta de carros, resultando em prejuízos para 23 vítimas. Entre os condenados está Jorge Pereira Ferreira, um sucateiro de Gualtar, Braga, conhecido como “O do talho”, que recebeu uma sentença de quatro anos de prisão, suspensa por igual período, por crimes de recetação.

Três outros arguidos foram condenados a penas de prisão efetiva. José Garcia recebeu seis anos e oito meses por burla qualificada e falsificação de documentos, enquanto Sarai Garcia foi sentenciada a dois anos e oito meses, com um ano perdoado pela amnistia papal. João Araújo, condenado a cinco anos e seis meses, também beneficiou do perdão de um ano.

O tribunal não conseguiu provar a maioria dos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, o que resultou na suspensão de pena para 11 arguidos e na absolvição de 12 outros.

Esquema de burla

O esquema, conhecido como “conto do vigário”, envolvia a colocação de anúncios falsos de venda de carros na internet, atraindo vítimas de várias regiões, incluindo Braga, Barcelos, Famalicão, Póvoa de Varzim, Porto e Vila Nova de Gaia. Os burlões utilizavam cheques inválidos ou transferências bancárias falsas, enganando os vendedores que acabavam por entregar os veículos sem receber pagamento.

Os carros, principalmente de gama alta, eram desmantelados para venda de peças ou reutilizados em veículos salvados, com a falsificação de dados de motores, chassis e matrículas.

PSP recupera veículos

A PSP de Braga, que liderou a investigação, recuperou 18 veículos, incluindo um carro pertencente a um agente da PSP de Lisboa. Durante a operação, foram detidos 27 suspeitos em diversas localidades, e apreendidas 20 caixas de velocidades, 45 mil euros e duas armas. A rede é suspeita de ter obtido até 50 viaturas no valor de 1,5 milhões de euros, das quais 30 desapareceram.

Entre os lesados, destaca-se um contribuinte que ganhou um Audi no sorteio “Fatura da Sorte”, mas o veículo foi vendido e nunca pago. Outros casos de burla foram evitados pela intervenção da polícia.

Segundo processo

Este foi o segundo grande julgamento sobre fraudes com viaturas. Em 2017, o Tribunal de Braga condenou vários membros de uma rede que vendeu 70 carros de forma fraudulenta, totalizando prejuízos de dois milhões de euros.

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