O Estádio D. Afonso Henriques foi palco de um espetáculo emocionante, onde Vitória SC e Sporting empataram 4-4, num duelo que ficará marcado como um dos mais intensos da temporada.

O Sporting parecia encaminhar-se para a vitória, liderando por 3-1 com um hat-trick de Viktor Gyökeres. No entanto, a equipa vimaranense respondeu de forma incrível, marcando três golos no último quarto de hora e passando para a frente do marcador por 4-3. Já nos instantes finais, Francisco Trincão resgatou um ponto para os leões com um remate espetacular.


Início de Jogo Frenético

O Sporting entrou em campo com o mesmo onze que venceu o Benfica na jornada anterior e precisou de apenas dois minutos para inaugurar o marcador. Gyökeres, com um remate desviado por Rivas, fez o 1-0.

A equipa leonina quase ampliou logo a seguir, mas Geny Catamo foi travado por uma excelente defesa de Bruno Varela. No entanto, foi o Vitória que empatou, com Tiago Silva a marcar de livre direto, num remate perfeito que não deu hipóteses a Franco Israel.

A reação do Sporting foi rápida. Aos 14 minutos, após um erro de Tiago Silva, Gyökeres aproveitou para marcar novamente, colocando os leões em vantagem por 2-1.


Segunda Parte de Reviravoltas

Após um intervalo com o Sporting a liderar, o jogo retomou a intensidade inicial. Gyökeres completou o seu hat-trick numa jogada coletiva e fez o 3-1, dando a sensação de que o triunfo leonino estava garantido.

Contudo, o Vitória mostrou resiliência. Caio César reduziu para 3-2 com um remate potente após assistência de Arcanjo. Pouco depois, João Mendes empatou num lance confuso na área leonina, levando o público ao delírio.

A reviravolta ficou completa quando Michel marcou de cabeça na sequência de um livre cobrado por Arcanjo, colocando o Vitória em vantagem por 4-3.


Final Dramático

Nos descontos, quando tudo indicava que o Vitória sairia vencedor, Francisco Trincão brilhou com um remate sublime que selou o empate final em 4-4.

Com este resultado, o Sporting soma 41 pontos, mantendo a liderança da I Liga, enquanto o Vitória ocupa o sexto lugar com 25 pontos. O FC Porto, que tem um jogo em atraso, e o Benfica continuam na luta pelo topo da classificação.

Declarações de Daniel Sousa, treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate (4-4) na receção ao Sporting:

[Tendo em conta a reação da equipa. Não sabe a pouco?] «Completamente. Isso não é só a minha opinião, é a cara dos jogadores quando acabou o jogo e os festejos do Sporting. Saímos com frustração, era merecido o triunfo. Na primeira parte não tivemos o controlo do jogo, mas conseguimos criar duas ou três situações de golo. Na segunda parte tivemos um volume muito grande de situações criadas e finalizadas».

[Substituições mexeram com o jogo?] «Sim. O propósito das substituições é procurar algumas coisas diferentes, refrescar um pouco na frente. Tentámos explorar a qualidade do Telmo e conseguimos esses desequilíbrios».

[Jogo mais emotivo da carreira?] «Foi, porque realmente este estádio é incrível quando está acordado e hoje esteve o jogo todo. É fabuloso poder viver isto, com o que vimos em campo vamos ver isso várias vezes ao longo da época».

[Dieu Merci] «Com muita pena vemos um Gustavo sair com uma lesão. Temos algumas lesões nesta posição, o Dieu entrou muito bem como referência na frente a fazer o trabalho que tinha de fazer. Deu bons sinais para quilo que é o futuro do Dieu».

[Golos sofridos nos últimos minutos] «É frustrante, não é fácil explicar, não há uma explicação plausível para o que está a acontecer. Há o forcing do adversário, temos de ter mais calma, mais controlo do jogo. Temos de ter mais segurança, usar alguma matreirice, saber jogar com o tempo, não queimar tempo. Mais do que isso é o que está para trás, disse isso no Farense, fica o amargo de boca pelo resultado final, mas o que acontece no jogo deixa-me com boas esperanças para a equipa. Temos que aprender com os erros, as substituições acrescentam juventude na equipa. Têm de crescer».

Declarações de Rui Borges, treinador do Sporting, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate (4-4) frente ao Vitória de Guimarães:

«Os adeptos foram importantes, como foram no último jogo e como serão daqui para a frente a ajudar a que a equipa a não desconfiar, como aconteceu um pouco hoje. Obrigado pelo esforço para vir aqui, fizeram-se sentir. Quanto ao jogo, foram 60 minutos bastante competentes, acima de tudo, com momentos mais pausados, e com equilíbrio. Depois sim, perdemos o equilíbrio, o controlo emocional, em termos físicos também senti a equipa muito reativa, muito lenta nas abordagens, deixámos o Vitória acreditar, o ambiente ajudou o Vitória nesse sentido. Acabámos penalizados, mérito da equipa acreditar nos últimos minutos. Uma equipa que quer ser primeira não pode estar a vencer 3-1 e deixar virar para 4-3, seja contra quem for, independentemente do valor que o Vitória tem, como já disse».

[Equipa baixou após a saída do Geny Catamo?] «Não. Tanto o Geny como o Quenda, importantes para a agressividade ofensiva da equipa, estiveram ligados no processo ofensivo e defensivo. O Geny estava a cair um pouco, foi mais coletivo do que individual, esqueçam isso. Ainda estão a tentar entender comportamentos, não temos tido tempo para treinar e o crescimento leva tempo. Vão melhorar, vão ser melhores e mais consistentes. Do outro lado estava uma grande equipa».

[Dois pontos perdidos ou um conquistado?] «Perdemos dois pontos. Nesta casa só queremos ganhar e fazemos tudo para ganhar. É impossível dizer que vamos contentes com um ponto, jamais o direi. O Vitória teve mérito na forma como cresceu, fomos muito passivos. Faltou-nos intensidade, gosto da equipa mais intensa e competitiva, seja a encurtar duelos, a linha defensiva acompanhar quando a bola anda para trás. Temos de trabalhar, vai demorar tempo, temos pouco tempo para o fazer porque temos jogo sobre jogo, a equipa tem hábitos diferentes. Temos de aprender, mesmo enquanto treinador. Faz parte do crescimento de todos. Acima de tudo que a equipa não desconfie. Seguir o nosso caminho nunca desconfiando, nem nós, nem jogadores, nem adeptos. Foi num campo difícil, estão ligados e querem muito ser cada vez melhores. Vamos melhorar no futuro e ser mais competitivos e mais coesos. Aconteceu o que aconteceu com o Benfica, tentámos sair sempre curto e não esticamos o jogo depois do 3-1 fomos muito passivos com bola, mas sem bola também».

[Receção em Guimarães] «Foi um pouco estranho, às vezes não percebo, mas é para o lado que durmo melhor; nunca disse ao presidente que queria sair. Quando fui abordado, quando soube da proposta, disse para falar com o Vitória e nunca pedi para sair do Vitória. O Rui Borges sai do Vitória e deixa quatro milhões no clube. Não percebo tanto ódio. É a vida. Sinto um carinho enorme pelo Vitória, pelos adeptos, por toda a gente do Vitória. Dei muito a ganhar ao Vitória: desportivamente e financeiramente, tenho consciência disso. Vou gostar do Vitória para sempre. Faz parte, triste por este ódio».

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