Manutenção do tarifário para 2025 foi aprovada com votos contra do PS e abstenção da CDU
Os vereadores do Partido Socialista (PS) e da CDU manifestaram esta terça-feira a sua oposição à decisão da AGERE, empresa municipal de águas e saneamento de Braga, de manter as tarifas inalteradas em 2025, apesar dos lucros de 7 milhões de euros. A proposta foi aprovada por maioria, com o voto contra do PS e a abstenção da CDU.
Críticas da oposição: “Os bracarenses deviam pagar menos”
O vereador socialista Artur Feio criticou a medida, afirmando que uma empresa altamente lucrativa deveria refletir esses ganhos nas tarifas. “Não aumentar as tarifas pode ser visto como uma poupança, mas uma empresa com 7 milhões de euros de lucro devia distribuir esses ganhos pelos bracarenses. Além disso, em 2025, a AGERE não vai investir significativamente“, defendeu.
Já o vereador da CDU, Vítor Rodrigues, reforçou que “em Braga paga-se muito pela água e saneamento”, sublinhando que, perante os lucros apresentados, as tarifas deviam ser menores. “Era da mais elementar justiça que os bracarenses pagassem menos”, afirmou. Apesar da crítica, a CDU optou pela abstenção, justificando que a decisão não representa um aumento de custos para os consumidores.
Resposta da Câmara: tarifas competitivas e necessidade de investimento
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, rejeitou as críticas e explicou que as tarifas foram sempre reduzidas em termos reais ao longo dos últimos 12 anos, devido ao congelamento dos preços face à inflação. “Houve sempre uma diminuição do custo real e, em diversas ocasiões, uma descida efetiva, algo que nunca tinha acontecido no passado”, afirmou.
Rio também destacou que o preço praticado em Braga é mais baixo do que o de outros municípios, sendo “competitivo a nível nacional”. Além disso, argumentou que a AGERE está num período de grandes investimentos, como a nova ETAR, e necessita de recursos. “Os lucros são necessários para financiar esses investimentos”, justificou.
O autarca também lembrou as diretrizes internacionais e nacionais sobre a regulação do preço da água, que recomendam que as entidades gestoras utilizem as tarifas para desincentivar consumos excessivos. “Temos seguido um caminho inverso e vamos levá-lo até ao limite, mas esta não é uma tendência que se possa manter indefinidamente”, alertou.
Valores das tarifas para 2025
- Consumidores domésticos:
- 0,4751€/m³ para um consumo entre 0 e 5.000 litros
- Até 2,5114€/m³ para consumos superiores a 25.000 litros
- Consumidores não domésticos:
- 0,9018€/m³ para um consumo entre 0 e 30.000 litros
- Até 1,4157€/m³ para consumos superiores a 60.000 litros
Além disso, a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) aumentará de 30€/ton para 35€/ton, e as Taxas de Recursos Hídricos (TRH) também sofrerão atualizações, sendo refletidas na fatura dos munícipes na área “Pagamentos ao Estado”.