Adesão é de 100% e não foram decretados serviços mínimos. Perturbações podem prolongar-se até terça-feira.
A circulação de comboios em Portugal está completamente paralisada esta segunda-feira devido à greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, convocada pelo SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante. A adesão é total, não havendo qualquer comboio em circulação desde o início da paralisação às 00h00.
Em declarações à agência Lusa, António Lemos, do SFRCI, explicou que a greve tem como objetivo exigir melhores condições salariais para todos os trabalhadores da empresa. “A adesão é de 100% e não há serviços mínimos”, afirmou.
A paralisação surge após um impasse nas negociações com a administração da CP. Embora tenha sido alcançado um acordo sobre aumentos salariais, este aguarda aprovação governamental desde fevereiro de 2025. No sábado, a administração da CP informou os sindicatos de que o Governo, atualmente em gestão, não autorizou a aplicação da proposta.
Segundo comunicado conjunto de 13 estruturas sindicais, a administração da CP apresentou na quinta-feira uma contraproposta que os sindicatos estavam dispostos a aceitar. No entanto, dois dias depois, a empresa voltou atrás, alegando limitações impostas pela condição de Governo de gestão.
O Ministério das Infraestruturas e Habitação, liderado por Miguel Pinto Luz, confirmou que a proposta “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”.
A proposta da CP incluía um novo aumento a partir de janeiro de 2025, somando-se aos 34 euros já aplicados, um aumento adicional de 4% para dezembro de 2025, e a redução dos tempos de progressão nos escalões salariais.
A CP já tinha alertado para fortes perturbações na circulação que poderão ainda estender-se até terça-feira. Além desta greve, os sindicatos mantêm nova paralisação prevista para os dias 7 e 8 de maio.