CDU mobiliza-se contra privatização da ULS Braga e denuncia ataque ao SNS

Candidatos e ativistas apelam à defesa da gestão pública do Hospital de Braga e contestam decisão do Governo PSD/CDS

A Coligação Democrática Unitária (CDU) esteve esta sexta-feira à porta do Hospital de Braga numa ação de esclarecimento e mobilização contra a entrega da gestão da Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga a entidades privadas, no âmbito das novas Parcerias Público-Privadas (PPP) promovidas pelo Governo PSD/CDS.

Sandra Cardoso, cabeça de lista da CDU à Assembleia da República, e João Baptista, candidato à Câmara Municipal de Braga, marcaram presença nesta iniciativa, juntamente com outros candidatos e ativistas da coligação, ouvindo profissionais de saúde e utentes preocupados com o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região.

Segundo a CDU, esta medida representa “um grave passo na destruição do SNS”, ao pôr em causa a qualidade do acesso aos cuidados de saúde e os direitos laborais dos profissionais de saúde. “Trata-se de uma decisão ilegítima, tomada por um Governo em gestão, que foi derrotado nas urnas e que está a poucas horas de ser demitido”, referiu Sandra Cardoso, em declarações durante a ação.

A CDU critica ainda o aproveitamento, por parte do atual Governo, da estrutura criada pelo anterior Executivo do PS, que implementou as Unidades Locais de Saúde. A coligação denuncia que, agora, além de cinco hospitais públicos, estão também em risco os cuidados primários de saúde anexados a essas unidades, o que poderá afetar até 2,5 milhões de pessoas, o equivalente a um quarto da população portuguesa.

Recordando os dez anos de gestão privada do Hospital de Braga, os candidatos da CDU alertam para problemas vividos no passado, como a recusa de medicamentos a utentes, transferências indevidas para outros hospitais, encerramento de serviços e da urgência pediátrica no período noturno. “A reversão da PPP foi uma conquista da luta popular e da intervenção da CDU. E foi essa gestão pública que permitiu ao hospital superar metas em áreas como consultas e cirurgias”, destacou João Baptista.

Para os comunistas, os atuais problemas do hospital não se devem ao fim da PPP, mas sim à crónica falta de investimento no SNS. Rejeitam a narrativa promovida por setores que, segundo dizem, pretendem “desvirtuar factos, explorar carências e justificar um regresso à gestão privada”.

A CDU afirma que esta decisão pode ainda ser travada, apelando ao reforço eleitoral da coligação como única garantia de uma gestão pública, democrática e com recursos adequados para responder às necessidades da população.

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