Regiões do Norte de Portugal e da Catalunha querem mais voz no futuro da União Europeia

Defendem maior protagonismo na definição das políticas europeias, especialmente na Coesão e Transição Verde, perante novo Quadro Financeiro da UE

Representantes do Norte de Portugal e da Catalunha defenderam esta segunda-feira, no Porto, o reforço do papel das regiões no futuro da União Europeia, numa altura crucial em que se começa a preparar o próximo Quadro Financeiro Plurianual da UE (2027-2034).

Durante a conferência “O papel das regiões na construção europeia”, que decorreu na Universidade Portucalense, António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), alertou para os riscos de cortes orçamentais na política de Coesão, face às atuais prioridades políticas como o rearmamento europeu e a ampliação da União.

“Importa garantir que a política de coesão não perde relevância orçamental. Sacrificá-la poderá alimentar movimentos populistas e eurocéticos”, defendeu.

Cunha criticou ainda a gestão centralizada do PRR em Portugal, apelando à valorização das abordagens regionais e multissetoriais, especialmente na transição energética e no combate às desigualdades territoriais.

Agustí Fernández, secretário do Governo da Catalunha para os Assuntos Europeus, destacou o impacto direto que o próximo quadro financeiro terá para as regiões com competências descentralizadas, como a Catalunha.

“Queremos influenciar o desenho da nova política de Coesão, apresentando argumentos e criando alianças com outras regiões da Europa”, disse.

O encontro contou também com Luís Nobre, presidente da Câmara de Viana do Castelo e atual presidente do Eixo Atlântico, e com Paulo Silva, do centro Europe Direct Área Metropolitana do Porto, que reforçaram a necessidade de dar voz às regiões nas decisões europeias, em nome de maior coesão territorial e participação democrática.

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