Coligação PCP-PEV perde representação parlamentar e fica com três mandatos. Paulo Raimundo alerta para avanço de agenda “neoliberal e antissocial”.
A Coligação Democrática Unitária (CDU) obteve um “resultado de resistência” nas legislativas de 2025, segundo o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apesar da perda de um deputado e de 22.382 votos em relação às eleições de 2024.
A CDU — formada pelo PCP e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) — obteve 3,03% dos votos (180.943), contra os 3,30% (203.325) registados no ano anterior, e passa agora a contar com três mandatos no Parlamento. Foram eleitos: Paulo Raimundo (Lisboa), Alfredo Maia (Porto) e Paula Santos (Setúbal). Já António Filipe, um dos mais antigos deputados em funções, não conseguiu a reeleição.
“Resistimos e agora vamos procurar avançar”, afirmou Paulo Raimundo na reação aos resultados.
Críticas à direita e ao PS
O líder comunista apontou críticas à vitória da Aliança Democrática (AD), alegando que esta foi possível devido à “instrumentalização da ideia da estabilidade governativa” e à “falta de credibilidade do PS”, que, segundo afirmou, não apresentou uma alternativa clara e mostrou-se disponível para viabilizar um governo da direita.
Alerta contra o crescimento da extrema-direita
Paulo Raimundo foi ainda mais incisivo ao analisar a ascensão do Chega, considerando que o resultado do partido de André Ventura se deve a “meios financeiros, mediáticos e outros colocados ao serviço do capital”, que promovem valores “reacionários e antidemocráticos”.
“O resultado do Chega é inseparável da demagogia, mentira, manipulação e ódio que alimentam”, acusou.
Convocatória à mobilização democrática
O secretário-geral do PCP concluiu apelando à mobilização social e política:
“Será necessária uma ação comum de democratas e patriotas para enfrentar a política de direita.”