Palácio setecentista de Braga ganha nova vida com museografia renovada, acessibilidade reforçada e entrada livre no dia da inauguração
O Museu dos Biscainhos, em Braga, volta a abrir portas no próximo sábado, 31 de maio, após uma profunda intervenção de requalificação e restauro, num investimento total de cerca de 1 milhão de euros. A reabertura será celebrada com um programa de entrada livre, convidando o público a redescobrir um dos mais emblemáticos espaços museológicos da cidade.
A intervenção, promovida pela entidade pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP), abrangeu obras de conservação do edifício histórico — o Palácio dos Biscainhos — e a implementação de um novo programa museológico, pensado para valorizar a arquitetura, as artes decorativas e o riquíssimo espólio artístico do museu.
De acordo com a MMP, o novo percurso expositivo propõe uma leitura coerente e sensorial dos espaços, articulando a morfologia arquitetónica com os temas ornamentais das coleções, cujos testemunhos vão do século XVII ao século XIX. A museografia renovada contempla arte, instrumentos musicais, mobiliário, objetos de transporte e outros elementos do quotidiano aristocrático, apresentados numa abordagem acessível, contemporânea e sensível às necessidades de diferentes públicos.
No exterior, também o jardim barroco do palácio — um dos mais importantes do género em Portugal — foi alvo de intervenções estruturais e artísticas. Destacam-se o restauro da Fonte do Terreiro e uma ação específica de conservação num raro pavilhão Rocaille, elemento distintivo da arquitetura paisagística portuguesa do século XVIII. A reabertura total dos jardins está prevista para breve.
As obras foram financiadas através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), enquadradas na estratégia de valorização do património nacional.
Fundado no século XVII e profundamente transformado na centúria seguinte, o Palácio dos Biscainhos foi convertido em museu em 1978. Através do seu espólio e da reconstituição de ambientes domésticos, o espaço oferece uma viagem pelo quotidiano da nobreza bracarense setecentista, bem como dos demais residentes do palácio, incluindo capelães, criados e escravizados, contribuindo para uma leitura crítica e abrangente da sociedade da época.
Com esta reabertura, o Museu dos Biscainhos reforça a sua posição enquanto pólo cultural de referência na região Norte, combinando memória, património e inovação museológica ao serviço da comunidade e da valorização da história local e nacional.
