Guerra na Ucrânia, escalada no Médio Oriente e tensões com a China dominam a agenda da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira em Bruxelas, num encontro marcado pela crescente instabilidade geopolítica internacional. Em cima da mesa estão os conflitos na Ucrânia, a escalada militar entre Israel e o Irão, o agravamento da situação humanitária em Gaza e a postura da China e da Geórgia face aos valores europeus.

Portugal estará representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que destacou, numa publicação na rede social X, “uma agenda em prol da máxima contenção e do retorno às negociações no Médio Oriente”.

A reunião ocorre numa altura crítica, um dia antes da cimeira da NATO em Haia, e em plena ofensiva israelita contra alvos iranianos, na sequência dos mais recentes ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas, confirmados pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.

A alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, apelou no domingo à “contenção de todas as partes” e defendeu um regresso urgente à diplomacia, sublinhando o perigo de o Irão desenvolver uma arma nuclear.

Entre os tópicos em debate está também a crise humanitária na Faixa de Gaza. Um relatório recente do Serviço de Ação Externa da UE aponta para possíveis violações do Acordo de Associação entre Israel e a UE, nomeadamente no que diz respeito ao respeito pelos direitos humanos (Artigo 2.º), o que poderá levar à sua revisão ou suspensão.

A guerra na Ucrânia continua a ocupar lugar central na política externa europeia. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, participa na reunião para atualizar os seus homólogos sobre a situação no terreno, num momento em que vários países da UE reforçam o apoio militar e financeiro a Kiev.

A postura da China face à segurança europeia e o comportamento do governo da Geórgia, que tem tomado posições contrárias aos princípios da União, também serão objeto de análise.