O Óquei de Barcelos viu escapar-lhe o sonho de voltar a ser campeão nacional, esta quarta-feira, ao perder por 3-2 frente ao FC Porto, no quarto jogo da final do play-off, disputado no Pavilhão Municipal de Barcelos.
A derrota, perante 2.500 adeptos que encheram a ‘catedral’, ditou o fim da série (3-1) e confirmou os portistas como bicampeões nacionais, deixando os minhotos sem hipótese de levar a decisão ao quinto jogo.
Os barcelenses entraram pressionados e viram o FC Porto aproveitar duas perdas de bola para se adiantar no marcador, com golos de Gonçalo Alves (5’) e Carlo di Benedetto (14’). Miguel Rocha reacendeu a esperança com o 1-2, aos 25 minutos, após roubar a bola dentro da área adversária e finalizar com classe.
Na segunda parte, o jogo manteve-se equilibrado, mas Gonçalo Alves voltou a marcar (31’), obrigando os minhotos a correr atrás do prejuízo. Pedro Silva ainda reduziu para 2-3 (35’), relançando o jogo, mas o OC Barcelos, apesar de mais ofensivo, não conseguiu ultrapassar a muralha defensiva portista, nem bater Xavi Malian em momentos decisivos, como o livre direto de Luís Querido já perto do fim.
A partida ficou também marcada por um momento emotivo: o adeus de Pol Manrubia e Conti Acevedo como jogadores do Óquei de Barcelos. Ambos se despediram do clube após o apito final, sob aplausos dos adeptos que reconheceram o contributo dos atletas ao longo das últimas épocas.
Rui Neto, treinador do Óquei de Barcelos, reconheceu que a derrota frente ao FC Porto, que ditou o fim do sonho do título nacional, teve muito a ver com o desgaste acumulado ao longo da época. Para o técnico, apesar da desilusão, o percurso da equipa continua a ser motivo de orgulho.
“Esta derrota não retira mérito à época fantástica que fizemos”, começou por referir, antes de admitir a superioridade do adversário: “Dou os parabéns ao FC Porto, foi melhor do que nós nesta final.”
Rui Neto sublinhou que a falta de lucidez e discernimento nos momentos-chave acabou por ser decisiva, destacando que os três golos sofridos resultaram de erros que não costumam acontecer. “O desgaste acumulado ao longo da época fez-se sentir e o FC Porto soube aproveitar isso para marcar nos momentos certos”, explicou.
Apesar de tudo, enalteceu o apoio nas bancadas e a entrega da equipa até ao apito final: “É sempre bom ver o pavilhão cheio, com tanta gente a apoiar-nos. Lutámos com tudo o que tínhamos, mas infelizmente não foi suficiente. No final, o que fica na memória são os campeões.”
Ricardo Ares, treinador espanhol do FC Porto, não escondeu a euforia com a conquista do bicampeonato nacional de hóquei em patins. Apesar de ter estado ausente do banco nos dois últimos jogos da final devido à expulsão sofrida em Barcelos, o técnico fez questão de celebrar com palavras cheias de entusiasmo e confiança.
Expressou uma “felicidade máxima” e disse sentir um “prazer supremo” por ter conquistado mais um título pelos dragões. No seu discurso, foi além da modalidade e lançou um apelo de força ao clube como um todo: “Vai voltar tudo à normalidade no clube. Vamos ganhar em todas as modalidades, e voltar a vencer também no futebol. Ganhámos, carago!”
Ares não deixou de reconhecer a qualidade do adversário, o Óquei de Barcelos, campeão europeu em título, destacando a dificuldade da final e o mérito dos minhotos na caminhada até à decisão. Ainda assim, acredita que o FC Porto foi superior nos momentos decisivos e justificou o título com justiça: “Penso que fomos melhores nesta final e somos justos vencedores.”
Ficha de jogo
Jogo realizado no Pavilhão Municipal de Barcelos.
Óquei de Barcelos – FC Porto, 2-3.
Ao intervalo: 1-2.
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0-1, Gonçalo Alves, 05 minutos.
0-2, Carlo di Benedetto, 14.
1-2, Miguel Rocha, 25.
1-3, Gonçalo Alves, 31.
2-3, Pedro Silva, 35.
Sob a arbitragem de Joaquim Pinto, Manuel Oliveira e João Paulo Silva, as equipas alinharam:
– Óquei de Barcelos: Conti Acevedo, Luís Querido, Pol Manrubia, Danilo Rampulla e Miguel Rocha. Jogaram ainda: Vieirinha, Pedro Silva e Santiago Chambella.
Treinador: Rui Neto.
– FC Porto: Xavi Malian, Rafa, Gonçalo Alves, Hélder Nunes e Carlo di Benedetto. Jogaram ainda: Ezequiel Mena, Edu Lamas e Telmo Pinto.
Treinador: Ricardo Ares.
Assistência: 2.500 espetadores.