A quarta edição do festival de música eletrônica em Braga superou expectativas, com casa cheia, projeções deslumbrantes e uma atuação memorável do DJ sul-africano vencedor de um Grammy.
A Pedreira do Monte Castro, com vista para o Estádio Municipal de Braga, foi palco de uma das noites mais vibrantes do verão. O Festival Nómadas encerrou a sua quarta edição com uma atuação inesquecível de Black Coffee, DJ sul-africano e vencedor de um Grammy, que levou 7.500 pessoas a levantar os braços e a dançar ao som do seu “deep house” com fusões de jazz e ritmos afro.
A noite de domingo foi o ponto alto de um fim de semana que reuniu cerca de 14 mil festivaleiros, com 6.500 presentes no sábado e uma enchente no encerramento. Black Coffee, que em 2023 se tornou o primeiro artista africano a esgotar o Madison Square Garden, em Nova Iorque, mostrou em Braga porque é considerado um fenómeno global.
“Like that, like that”, repetia o público em uníssono, embalado por um som hipnótico e envolvente, num cenário natural que parecia feito à medida: a pedreira iluminada pela lua, com projeções de luzes sobre o granito, criou uma atmosfera mágica e cinematográfica.
Do techno ao afro-house: dois dias de êxtase musical
Antes de Black Coffee, o palco recebeu o multi-instrumentista Magupi e o DJ Tiago Cruz, promotor do festival, que aqueceram o ambiente com atuações intensas e emotivas. No sábado, os destaques foram Arodes, DJ e produtor espanhol fundador da Unreleased Records, e Maxi Meraki, que já passaram por palcos como Tomorrowland e Burning Man, e que deixaram milhares em delírio.
“Quando é o próximo evento?”, ouvia-se repetidamente no final da última atuação, que terminou pouco depois da meia-noite.
Figuras públicas e ambiente de celebração
O festival contou também com a presença de várias figuras públicas, entre elas o antigo guarda-redes do FC Porto, Vítor Baía, e o YouTuber Numeiro, que marcaram presença na noite de encerramento.
Mais do que um festival de música eletrónica, o Nómadas consolidou-se como um evento cultural e social de referência, que une música, natureza, arte e comunidade. A organização destacou o sucesso da edição e a adesão massiva do público, que transformou a Pedreira num verdadeiro santuário da música eletrónica.
Carolina Santos, e as amigas vieram de prepósito de Lisboa para o festival nómadas
Carolina Santos e amigas (Lisboa): “Viemos pelo som, ficámos pela vibe”
Carolina Santos, de 22 anos, veio de Lisboa com um grupo de amigas só para viver o ambiente do Festival Nómadas.
“Já tínhamos ouvido falar do festival no ano passado e este ano decidimos que não podíamos faltar. A música eletrónica é a nossa cena, mas o que nos surpreendeu foi o ambiente — super livre, acolhedor e cheio de energia positiva.”
Para Carolina, o Nómadas é mais do que um festival:
“É um espaço onde nos sentimos nós próprias, onde dançamos até não poder mais e conhecemos pessoas incríveis. Braga está de parabéns!”
Tiago e Inês (Coimbra): “Valeu cada quilómetro”
Tiago e Inês, ambos estudantes universitários em Coimbra, decidiram fazer uma escapadinha de fim de semana até Braga para o Nómadas.
“Somos fãs de techno e house, e o cartaz deste ano estava brutal. Mas o que nos conquistou mesmo foi a organização e o cenário — a forma como a música se mistura com a natureza e a arte urbana é única.”
Inês acrescenta:
“É um festival que respeita o espaço, as pessoas e o planeta. Sentimo-nos parte de algo maior. Já estamos a planear voltar para o ano.”
Miguel (Madrid): “Vim sozinho e saio com amigos para a vida”
Miguel, 25 anos, veio de Madrid pela primeira vez a Braga, motivado pelas redes sociais e pela reputação crescente do Festival Nómadas.
“Vim sozinho, sem saber bem o que esperar. Mas desde o primeiro dia fui acolhido por um grupo de portugueses e agora já temos planos para outros festivais juntos.”
Para Miguel, o Nómadas é especial:
“A música é incrível, mas o que mais me marcou foi a sensação de comunidade. Aqui ninguém está sozinho. É um festival com alma.”
Javier e Lucía (Burgos): “O Nómadas foi a desculpa perfeita para descobrir Braga”
Javier e Lucía, ambos com 26 anos, viajaram desde Burgos, Espanha, para viverem uma experiência única no Festival Nómadas e aproveitarem para conhecer a cidade de Braga.
“Já tínhamos ouvido falar do festival através de amigos portugueses e decidimos que era a altura certa para fazer esta viagem. A música eletrónica é uma paixão comum e o cartaz estava incrível”, conta Javier.
Lucía acrescenta que Braga os surpreendeu pela beleza e pela energia jovem:
“A cidade é linda, cheia de história, mas também muito viva. O festival encaixa perfeitamente nesse espírito — é moderno, criativo e muito bem organizado.”
O casal aproveitou para visitar o centro histórico, provar a gastronomia local e participar em várias atividades paralelas do festival.
“Foi uma escapadinha perfeita: cultura, música e boas vibrações. Voltamos a Burgos com o coração cheio e a certeza de que vamos regressar a Braga.”
Fim de verão com chave d’ouro
A quarta edição do Festival Nómadas terminou com uma noite perfeita, onde até a lua pareceu alinhar-se com o ritmo da música. Braga reafirma-se como destino de eleição para os amantes da música eletrónica e para quem procura experiências únicas, intensas e memoráveis.






















































