Ventura demarca-se de Abril e volta a defender “três Salazares” na corrida

Candidato presidencial do Chega critica “valores de Abril”, promete “mão firme” e aponta Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro como principais adversários nas Presidenciais de 2026.

André Ventura defendeu este domingo, no Funchal, a necessidade de “três Salazares” para “pôr o país na ordem”, demarcando-se dos “valores de Abril” e afirmando-se como o candidato que “não se ajoelha” perante interesses externos, num comício com autarcas do Chega na Madeira. O líder partidário disse que Portugal precisa de “mão firme” e associou a expressão aos problemas de corrupção, insegurança e gestão da imigração, reiterando que pretende reerguer o país com autoridade e disciplina.

Na intervenção, Ventura atacou diretamente três adversários, Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e António José Seguro, que descreveu como representantes de “projetos de venda e cedência do país”, contrapondo-lhes a sua candidatura, que classifica como a da “portugalidade” e da “dignidade” nacional. “Eu não sou o candidato de Abril, sou o candidato de Portugal”, afirmou, prometendo unir o país e resgatar jovens emigrados, numa crítica às décadas pós-25 de Abril, que acusa de não terem resolvido problemas estruturais.

Ventura voltou a garantir confiança numa vitória à primeira volta e disse querer “vencer a Madeira”, região onde o Chega conquistou este mês a Câmara de São Vicente, sublinhando que a ilha é decisiva para um resultado expressivo nas Presidenciais. O candidato enquadrou a polémica dos “três Salazares” como metáfora de firmeza, insistindo que pretende “pôr o país na ordem” e que é essa “mão firme” que propõe aos eleitores.

A eleição presidencial realiza-se a 18 de janeiro de 2026, com eventual segunda volta a 8 de fevereiro, num quadro em que Ventura oficializou a candidatura em setembro e promete “acabar com o bipartidarismo”, levando o Chega à segunda volta. O campo presidencial deverá incluir, entre outros, Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e António José Seguro, num teste nacional às estratégias da direita e da extrema-direita e à recomposição do centro-esquerda.

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