Novo autarca de Cabeceiras de Basto quer atrair empresas para criar empregos de qualidade

Manuel António Teixeira, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, quer apostar no desenvolvimento económico e resolver carências de habitação e saneamento.

O novo presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, Manuel António Teixeira, eleito a 12 de outubro pela coligação PSD/CDS-PP, assumiu como prioridade a atração de empresas e a criação de empregos de qualidade no concelho, devolvendo o poder à direita após 32 anos de governação socialista.

Em entrevista à Lusa, o autarca destacou que o seu principal objetivo é fixar população e criar condições para que os jovens “possam trabalhar e viver no concelho”.

“Temos de ter uma zona industrial com capacidade para receber empresas. Neste momento, não temos nenhuma área disponível. O desemprego jovem é elevado, e queremos contrariar isso com desenvolvimento económico”, afirmou Manuel António Teixeira.

Duas zonas industriais prioritárias

O autarca identificou duas áreas estratégicas para o desenvolvimento industrial:

  • Arco do Baúlhe, onde há terrenos “comprados e prometidos há quase 15 anos”, e onde o executivo quer encontrar soluções em articulação com a via do Tâmega;
  • Lameiros, onde já existe uma zona industrial que deverá ser ampliada de imediato, com o projeto e negociações com proprietários a arrancar “de forma urgente”.

“Salário médio é dos mais baixos do país”

Manuel António Teixeira defende que o futuro do concelho depende de empregos “bem pagos e estáveis”, lamentando que o salário médio local seja dos mais baixos de Portugal.

“Temos jovens qualificados e com formação profissional, mas falta valorização. Queremos também criar condições para que os nossos emigrantes possam regressar com emprego digno”, referiu.

O autarca sublinha que atrair empresas de média e grande dimensão é essencial para subir os salários e dinamizar o tecido económico, “sem esquecer as pequenas empresas que fazem parte da identidade local”.

Habitação e regresso dos jovens

Outro dos grandes desafios é a habitação. Teixeira apontou que a construção de habitação social “está parada” e que é preciso soluções concertadas com a oposição e o IHRU.

Atualmente, as rendas variam entre 250 e 400 euros, e um apartamento T2 “não custa menos de 200 mil euros”, o que, segundo o autarca, “é impensável para jovens em início de carreira”.

“Queremos projetos que deem resposta à falta de habitação. Não é de um dia para o outro, mas temos de agir rapidamente”, afirmou.

Saneamento, água e estacionamento

O novo executivo pretende ainda melhorar a rede de saneamento, que cobre “menos de 45%” do concelho, resolver problemas de falta de água no verão e criar novos espaços de estacionamento.

Teixeira garantiu que irá “tratar todas as freguesias de forma equitativa” e promover um diálogo construtivo com todas as forças políticas, rejeitando coligações formais.

“Não haverá acordos de governação, mas sim diálogo medida a medida. Vamos ouvir todos e incorporar contributos nas Grandes Opções do Plano e nos Orçamentos anuais”, assegurou.

Quanto a uma possível auditoria às contas municipais, o autarca disse que a decisão “dependerá do que encontrar nos próximos dois meses”, admitindo essa hipótese após “32 anos do mesmo poder”.

O novo executivo municipal tomou posse no sábado, abrindo um novo ciclo político em Cabeceiras de Basto.

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