Silence 4: Três Décadas Depois, Uma Noite Que Ficará na História

Super Bock Arena vibra com o regresso da banda que marcou gerações, Um regresso muito esperado

Os Silence 4, fundados em Leiria em 1995 e considerados um dos maiores fenómenos da música portuguesa dos anos 90, regressaram aos palcos para quatro noites esgotadas na Super Bock Arena, Porto. A banda — David Fonseca (voz e guitarra), Sofia Lisboa (voz), Rui Costa (baixo) e Tozé Pedrosa (bateria) — trouxe de volta a emoção que marcou uma geração.

Com um percurso construído maioritariamente em inglês, num estilo pop acústico com arranjos cuidados, o grupo conquistou o país com o álbum de estreia “Silence Becomes It” (1998), o disco português mais vendido de sempre, com 240 mil cópias e seis galardões de platina.

O Palco e a Emoção

O cenário foi imponente: palco central, projeções de imagens, letras e fotografias da banda, criando um ambiente festivo e intimista. Quinze minutos depois da hora prevista, as luzes apagaram-se e o público fez-se ouvir. A primeira de quatro noites começou com “Goodbye Tomorrow”, num registo quase confessional, seguido de “Old Letters”, que elevou a energia na sala.

“Boa noite, Porto. Somos os Silence 4”, anunciou Sofia Lisboa após a segunda canção, dando início a uma viagem emocional que atravessou três décadas de memórias.

Entre Nostalgia e Partilha

A interação com o público foi constante. Sofia provocou: “Aqui no Porto há sempre calor humano, apesar da chuva. Só falta entrarem verdadeiramente no concerto – estas músicas já não são nossas, são de todos.” A resposta veio em palmas e vozes que ecoaram pela arena.

Momentos marcantes sucederam-se: “Sexto Sentido”, com a lembrança da colaboração com Sérgio Godinho; “Borrow”, que fez saltar todos dos lugares; e “Empty Happy Song”, do segundo disco, após um improviso divertido com cordas partidas.

Instantes de Pura Emoção

O ponto mais delicado chegou com “Eu Não Sei Dizer”, a única canção em português, acompanhada por lanternas acesas e um abraço emocionado entre os vocalistas. Seguiram-se histórias, improvisos e confissões que reforçaram a autenticidade do espetáculo.

“Cry” trouxe silêncio absoluto, reservado para momentos genuínos, antes de a energia regressar com “A Little Respect”, cantada em uníssono pela plateia.

Um Final Apoteótico

O alinhamento encerrou com “Sleepwalking Convict”, numa ovação prolongada, antes do encore que incluiu “Transplantation”, “Breeders”, e novamente os hinos “A Little Respect”, “Borrow” e “My Friends”, com o público incansável até ao último acorde.

Legado Intemporal

Mais do que um concerto, foi uma celebração de 30 anos de música e memórias. A ligação entre banda e fãs permanece viva, num espetáculo que combinou nostalgia, maturidade artística e uma energia eletrizante. Em dezembro, Lisboa receberá a despedida desta digressão histórica. Até lá, fica a certeza: os Silence 4 continuam a ressoar no coração de quem os acompanha desde sempre.

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