Xunta considera irrealistas os prazos avançados por Madrid e reclama prioridade europeia para o eixo Lisboa–Porto–Vigo, estratégico para a Eurorregião.
A Xunta de Galicia reiterou em Bruxelas a preocupação de que a futura ligação ferroviária de alta velocidade entre Vigo e Porto possa sofrer novos atrasos, apontando para uma possível entrada em funcionamento apenas entre 2036 e 2038. As previsões contrastam com as datas avançadas por Madrid, que situam a conclusão do projeto entre 2030 e 2032.
À margem do Fórum do Corredor Atlântico, o conselheiro da Presidência, Diego Calvo, sublinhou que os atrasos acumulados tornam pouco credíveis os prazos apresentados pelo governo espanhol. Defendeu, por isso, que a ligação Lisboa–Porto–Vigo deve receber a mesma atenção europeia que a linha Lisboa–Madrid, destacando o papel crucial do corredor ferroviário na mobilidade e competitividade do Norte de Portugal e da Galiza.
O responsável galego voltou também a criticar a opção espanhola de manter o ancho ibérico na alta velocidade da região, alegando que tal reduz a concorrência e impede a oferta de tarifas mais competitivas.
A Xunta reforçou ainda a necessidade de que os portos de Vigo e Ferrol sejam classificados como nodais na Rede Transeuropeia de Transportes e pediu um calendário de obras claro e fiável para o Corredor Atlântico, considerado essencial ao desenvolvimento da Eurorregião.
