UMinho: Rui Vieira de Castro despede-se com “ideia de universidade transformadora”

Cerimónia no Largo do Paço marcou a transição para a nova equipa reitoral liderada por Pedro Arezes

No Salão Medieval do Largo do Paço, em Braga, Rui Vieira de Castro, reitor cessante da Universidade do Minho, destacou que a instituição “tornou-se, nos últimos anos, uma universidade mais diversa e mais completa na sua oferta educativa; mais robusta no campo da investigação e da inovação; mais afirmativa e estruturada na ação cultural; mais enraizada no contexto internacional”.

O académico, substituído pelo novo reitor Pedro Arezes, acrescentou que a UMinho está “mais flexível e moderna na sua organização; mais exigente nos seus processos; e muito mais capaz na sua sustentabilidade financeira”.

Uma cerimónia com ampla representação

A tomada de posse da nova equipa reitoral contou com a presença da comunidade académica, de diversos reitores e presidentes de institutos politécnicos, do presidente da CCDR-Norte, do arcebispo de Braga, de autarcas da região (Braga, Guimarães, Amares, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde), bem como de autoridades militares e policiais.

Entre os convidados esteve também o líder do Partido Socialista, o deputado José Luís Carneiro.

A “ideia de universidade”

Na sua intervenção, Rui Vieira de Castro sublinhou não estar a fazer um balanço do mandato, mas a reafirmar uma “ideia de Universidade” que norteou a sua ação:

“Uma ideia orientadora que concebe a universidade como instituição transformadora, lugar de expressão livre e dialogante da inteligência e criatividade humanas, espaço plural de progresso científico, motor de desenvolvimento humano através da educação, instrumento de mobilidade social, fator de desenvolvimento social, económico e cultural”.

Valores e princípios

O reitor cessante destacou que esta visão assenta num quadro de valores e princípios éticos, consagrados nos Estatutos e no Código de Ética e Conduta da instituição, permitindo que a UMinho se apresente como “instituição inteira perante os interesses conjunturais, sejam eles quais forem”.

A concretização desta ideia exigiu “confiança na cooperação e capacidade de construir alianças com outras instituições de ensino superior, com entidades públicas e privadas dos diversos setores e com os municípios que acolhem a universidade – Braga e Guimarães”.

Universidades mais necessárias do que nunca

Rui Vieira de Castro alertou para os desafios do tempo presente, marcado pela velocidade, imprevisibilidade e pela proliferação de “pseudoverdades” que ameaçam o conhecimento científico. Nesse contexto, afirmou, “as universidades tornam-se mais necessárias”.

“Porque geram, divulgam e aplicam conhecimento em todas as áreas; valorizam a liberdade intelectual e a independência científica; reúnem estudantes, docentes, investigadores e trabalhadores num espaço de partilha intergeracional; contribuem para o progresso das comunidades que servem; ultrapassam fronteiras e movem-se em redes globais de conhecimento; e organizam-se de forma que valoriza a crítica, o debate e a tomada coletiva de decisões”.

Liberdade académica e autonomia institucional

Para cumprir esta missão, acrescentou, é essencial garantir “a liberdade académica; o equilíbrio entre o conhecimento útil e o aparentemente inútil; a autonomia institucional e a prestação pública de contas; o compromisso com sociedades livres, democráticas e de vocação humanista; e a adoção de valores assentes na dignidade da pessoa humana, incluindo justiça, igualdade, solidariedade, liberdade, integridade e participação democrática”.

Conclusão

No encerramento do discurso, Rui Vieira de Castro deixou uma mensagem clara sobre o papel da universidade:

“É isto que a Universidade não pode deixar de ser: farol do pensamento livre, da ciência ao serviço do bem comum e da esperança num futuro digno”.

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