Bruxelas recua na meta de 2035 e admite carros não totalmente limpos na UE

Lisboa, 14/10/2021 - TALKS com Pedro Matos Pereira (esquerda) e Pedro Couto (direita). (PAULO SPRANGER / Global Imagens)

Comissão Europeia fixa redução de 90% das emissões e abre porta a combustíveis sintéticos e biocombustíveis após preocupações do setor automóvel

A Comissão Europeia decidiu abandonar a meta de ter, a partir de 2035, apenas veículos ligeiros totalmente não poluentes em circulação na União Europeia. Em alternativa, o executivo comunitário fixou agora um objetivo de redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa, respondendo às preocupações manifestadas pela indústria automóvel.

Nova meta de redução de emissões

Com a alteração agora anunciada, a partir de 2035 passa a ser obrigatória uma redução de 90% das emissões poluentes dos veículos novos. Os restantes 10% poderão ser compensados através de diferentes mecanismos, nomeadamente a utilização de aço de baixo carbono produzido na União Europeia, o recurso a combustíveis sintéticos, conhecidos como ‘e-fuels’, e a incorporação de biocombustíveis.

Porta aberta a veículos não totalmente elétricos

Segundo a Comissão Europeia, este sistema de compensações permitirá que veículos que não sejam exclusivamente elétricos ou movidos a hidrogénio continuem a ser comercializados após 2035. Para tal, os fabricantes terão de assegurar que as emissões associadas são devidamente compensadas através das soluções previstas no novo enquadramento.

Resposta às preocupações da indústria

O recuo em relação à meta inicial dos 100% de veículos não poluentes surge como resposta às preocupações levantadas pelo setor automóvel, que alertava para os desafios tecnológicos, económicos e industriais associados a uma transição total num prazo considerado demasiado curto.

Apesar da flexibilização, Bruxelas sublinha que o objetivo central de descarbonização do setor dos transportes se mantém, considerando que a nova meta continua alinhada com os compromissos climáticos da União Europeia e com o caminho para a neutralidade carbónica nas próximas décadas.

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