O Gil Vicente conseguiu hoje recuperar de uma desvantagem de dois golos e resgatar um empate 2-2 frente ao Arouca, em encontro da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
Os gilistas entraram melhor na partida e, logo aos cinco minutos, desperdiçaram uma excelente oportunidade para inaugurar o marcador. Um mau atraso de Pedro Santos obrigou o guarda-redes Mantl a conceder um livre indireto dentro da pequena área, mas Luís Esteves rematou contra a barreira defensiva arouquense.
A resposta do Arouca foi eficaz. Aos oito minutos, Tiago Esgaio amorteceu a bola para Trezza, que cruzou rasteiro para Lee Hyun-ju, com o sul-coreano a finalizar de primeira e a bater Andrew. Pouco depois, os ‘lobos’ voltaram a marcar, com Trezza a aproveitar uma defesa incompleta do guarda-redes gilista após remate de Djouahra, ampliando a vantagem.
A equipa orientada por César Peixoto tentou reagir ainda na primeira parte, com Espigares e Santi García perto do golo, mas foi já aos 41 minutos que o marcador voltou a mexer. Pablo, o melhor marcador do campeonato, cabeceou para o fundo das redes na sequência de um canto, apontando o seu 10.º golo na prova.
Tal como no arranque do encontro, o Gil Vicente entrou mais agressivo na segunda parte e chegou ao empate aos 48 minutos, com Murilo a desviar para golo após um lançamento longo. O brasileiro ainda marcou novamente aos 60 minutos, consumando a reviravolta, mas o lance foi anulado por fora de jogo.
Até final, os minhotos mantiveram maior posse de bola, mas sem criarem oportunidades claras para voltarem a marcar.
Com este resultado, o Gil Vicente soma o sexto jogo consecutivo sem vencer, embora tenha apenas uma derrota nesse período, mantendo o quarto lugar, com 27 pontos. Já o Arouca, que pontuou pelo terceiro jogo seguido pela primeira vez esta época, ocupa a 16.ª posição, com 14 pontos.
César Peixoto e Vasco Seabra analisam empate entre Arouca e Gil Vicente
Após o empate 2-2 entre Arouca e Gil Vicente, na 16.ª jornada da I Liga, os treinadores das duas equipas fizeram a leitura do encontro em conferência de imprensa, destacando o equilíbrio do jogo, embora com interpretações distintas.
O técnico gilista considerou que a sua equipa foi superior e que a vitória teria sido justa:
César Peixoto (treinador do Gil Vicente)
“O Arouca, nas duas primeiras vezes que lá vai, faz dois golos. Antes disso já tínhamos criado duas oportunidades. Tivemos sempre a iniciativa, criámos muitas situações e senti que estávamos a perder alguns duelos.”
César Peixoto explicou ainda que ao intervalo foram feitas correções que permitiram uma reação mais eficaz:
“Corrigimos algumas coisas ao intervalo. Estivemos sempre por cima, com o Arouca remetido atrás. Podíamos ter feito o 3-2 e seria uma vitória justa.”
O treinador destacou também a importância de vencer duelos e controlar segundas bolas:
“Não nos colocaram muitos problemas. Era essencial ganhar a primeira e a segunda bola. Reagimos bem e empurrámos o Arouca para trás. Foi muito básico de controlar.”
Sobre Touré, esclareceu que o jogador iniciou o jogo condicionado fisicamente:
“O Touré começou lesionado. Dá-nos um jogo compacto e coeso, oferece imprevisibilidade no um para um. Jogamos cada vez mais contra blocos baixos e precisamos desse tipo de jogadores.”
Apesar da série sem vitórias, mostrou confiança no futuro:
“As equipas próximas de nós também não têm ganho. É um pormenor, meter a bola lá dentro. Jogam contra nós como se fôssemos um grande. O sol vai aparecer outra vez, temos é de manter este rendimento.”
Vasco Seabra (treinador do Arouca)
O treinador arouquense elogiou a exibição da sua equipa e rejeitou a ideia de supremacia clara do adversário:
“Foi um bom jogo. Entrámos com um lance atípico, um erro não provocado, e isso cria a sensação de que o adversário entrou muito forte. Gosto pouco de análises pouco frias.”
Vasco Seabra sublinhou a qualidade coletiva nos golos do Arouca:
“No primeiro golo desmontámos completamente o Gil Vicente, foi tudo trabalhado durante a semana. No segundo, voltámos a explorar muito bem, fruto de um grande trabalho coletivo.”
Na análise à primeira parte, considerou que o Gil Vicente criou pouco em jogo corrido:
“Não me lembro de oportunidades do Gil sem ser de bola parada na primeira parte. Tentaram construir, mas tiveram dificuldade em ligar no médio mais recuado.”
Sobre o segundo tempo, admitiu maior dificuldade, mas defendeu a justiça do resultado:
“Na segunda parte tivemos mais dificuldades na primeira fase, mas foi um jogo equilibrado e competitivo. O empate é justo.”
O técnico concluiu destacando a evolução da equipa:
“Não foi um jogo muito espetacular, mas teve emoção até ao fim. A equipa demonstra sinais claros de crescimento.”
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio Municipal de Arouca.
Arouca – Gil Vicente, 2-2.
Ao intervalo: 2-1.
Marcadores
1-0, Lee Hyunju, 08 minutos.
2-0, Alfonso Trezza, 12.
2-1, Pablo, 41.
2-2, Murilo, 48.
Equipas
– Arouca: Nico Mantl, Tiago Esgaio, Omar Fayed (Popovic, 64), Matías Rocha, José Fontán, Pedro Santos (Fukui, 83), Espen van Ee, Alfonso Trezza, Lee Hyunju (Pablo Gozálbez, 64), Nais Djouahra (Brian Mansilla, 83) e Barbero (Miguel Puche, 78).
(Suplentes: João Valido, Popovic, David Simão, Pablo Gozálbez, Miguel Puche, Arnau Solà, Fukui, Brian Mansilla e Jansonas).
Treinador: Vasco Seabra.
– Gil Vicente: Andrew, Zé Carlos, Espigares, Marvin Elimbi, Hevertton, Facundo Cáseres (Mohamed Bamba, 90+1), Santi García (Zé Carlos, 75), Murilo, Luís Esteves (Martín Fernández, 86), Tidjany Touré (Joelson Fernandes, 75) e Pablo (Gustavo Varela, 75).
(Suplentes: Dani Figueira, Zé Carlos, Mohamed Bamba, Joelson Fernandes, Sergio Bermejo, Diogo Costa, Martín Fernández, Rodrigo Rodrigues e Gustavo Varela).
Treinador: César Peixoto.
Árbitro: José Bessa (AF Porto).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Vasco Seabra (41), César Peixoto (41), Omar Fayed (57), Pedro Santos (77), Facundo Cáseres (80), Espen van Ee (86), Tiago Esgaio (90), Mohamed Bamba (90+6) e Boris Popovic (90+6).
Assistência: 1.903 espetadores.































