Contenção de custos leva parlamento alemão a acabar grupo de amizade com o nosso país.
A intenção do parlamento alemão de cortar as relações de amizade com Portugal está a gerar uma divisão interna no PS. De um lado há socialistas indignados, como Sérgio Sousa Pinto, que quer responder na mesma moeda e terminar com a relação. Do outro lado, há os apaziguadores como Pedro Delgado Alves, que preside ao grupo parlamentar de amizade luso-alemã. Delgado Alves revelou ao CM que considera “precipitado avançar já com medidas tão drásticas, uma vez que a Alemanha ainda não tomou uma decisão definitiva”. O deputado acrescentou ainda que “enquanto a Alemanha tiver deputados destacados para as relações bilaterais Portugal deve manter o grupo de amizade”. Sérgio Sousa Pinto apresentou um parecer, no início da semana, em que propõe extinguir o grupo de amizade com a Alemanha, com o argumento de que “deixou de existir reciprocidade nas relações”. O país de Angela Merkel quer gerar poupanças com o fim do grupo de Portugal. O objetivo é juntá-lo ao de Espanha sob o chapéu de “Ibéria”. Uma consulta do CM ao site do parlamento alemão confirma esta nova designação. Para já, Sérgio Sousa Pinto pode contar com o apoio do BE. O líder da bancada parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, “concorda com o fim da amizade”, considerando ser “um retrocesso” a posição alemã . Pelo contrário, a deputada do CDS Teresa Caeiro subscreve a postura conciliadora do socialista Pedro Alves. E pede “cautela e bom senso” . Adiando uma tomada de posição para esta quinta-feira, o PSD admitiu ser “no mínimo bizarra a atitude da Alemanha”, afirmou ao CM Rubina Berardo, que também integra o grupo de amizade luso-germânica. Já o PCP não se quer pronunciar porque está a “aguardar mais esclarecimentos”, revelou a deputada comunista Carla Cruz.