Portugal sagrou-se campeão europeu ao bater a Itália, após prolongamento, por 4-3. Jota bisou e foi o homem do jogo (e melhor marcador da prova com Trincão, que também faturou neste jogo). É o quarto título continental nesta categoria, o primeiro sub-19

Num jogo que levou as emoções ao extremo, Portugal só garantiu o título europeu de sub-19 com um golo de Pedro Correia aos 108′, depois de a Itália ter respondido às anteriores vantagens lusas (de 0-2 para o 2-2 que levou o jogo para prolongamento; de 2-3 para 3-3 já nos 30 minutos suplementares). Jota foi o homem do jogo e um dos mais valiosos do torneio, tornando-se o melhor marcador com Francisco Trincão, ambos com cinco golos.

Portugal marcou 17 golos em cinco jogos e um terço (o prolongamento da final), com Jota e Trincão responsáveis por mais de metade (dez). Os dois jogadores igualam o número de finalizações que deram o prémio de goleador a José Gomes no Euro sub-17, em 2016. Ou seja, a caminhada vitoriosa desta equipa já tinha começado. E nunca uma mesma geração tinha conseguido ganhar os dois torneios de enfiada. Histórico.

O jogo até começou com contrariedades: Diogo Costa tinha-se lesionado frente à Ucrânia, na meia-final (5-0) e logo aí João Virgínia assumiu a baliza (tendo sido chamado à Finlândia Ricardo Benjamim, para o banco). No aquecimento, Miguel Luís lesionou-se e Nuno Henrique, ou Nunes, saltou para o onze. A equipa não pareceu afetada, o que prova a qualidade geral deste grupo de 21 (com a chegada de Benjamim).

Pelo contrário, foi Portugal que jogou mais e melhor num encontro sem especulações ou predomínio do futebol físico. Foram jogadores finos como Trincão e Jota que deram o tom a esta final, disputada no Estádio Seinajoki. O tom e o ritmo do marcador: Jota (45’+1′) e Trincão deram uma vantagem que parecia encaminhar o título nos 90 minutos. Mas o recém-entrado Moise Kean virou do avesso a final, bisando em dois minutos (75′ e 76′).

Portugal acusou o golpe, mas continuou a ter as melhores oportunidades, embora os italianos nunca tivessem desistido de tentar ser felizes no ataque. Mas o 2-2 não se alterou e seguiu-se para prolongamento.

A equipa de Hélio Sousa provou que não ficara encolhida por deixar fugir dois golos de avanço. E no prolongamento, embora se notasse menos energia dos dois lados, a seleção portuguesa voltou para a frente do marcador. Jota bisou (104′). No intervalo dos 30 minutos suplementares, Portugal estava na frente.

Mas pouco depois (107′), Scamacca voltava a mostrar a face lutadora dos italianos. O 3-3 não tolheu os portugueses, que tiraram do coração para dar às pernas, sem perder grande discernimento na cabeça. Aos 115′, Pedro Correia, que tinha saltado do banco para substituir Trincão aos 101′, foi precioso na execução e fez o 4-3.

Nos últimos seis minutos, a Itália quase não conseguiu incomodar o novo campeão europeu (exceto um remate perigoso de Frattesi após mais uma jogada desconcertante de Moise Kean, aos 118′). E aos 121′, o árbitro deu por finalizada a final do Euro 2018 de sub-19. E Portugal sagrava-se campeã europeia.

Foi a primeira vez neste formato (sub-19, desde 2002), mas a quarta desde que o torneio arrancou em 1948. Então, como Torneio Jovem FIFA, mudando em 1955 para Torneio Jovem UEFA e em 1981 para Euro sub-18. Finalmente, em 2002, assentou em Euro sub-19. Portugal soma quatro títulos (1961, 1994, 1999 e 2018) e oito finais perdidas (1971, 1988, 1990, 1992, 1997, 2003, 2014 e 2017). A do último ano, frente à Inglaterra (1-2), teve agora a desforra (bem como a de 2003, em que Portugal foi batida pela Itália).

No ranking do torneio, Portugal salta do grupo com três títulos e, com quatro, persegue Rússia/União Soviética (6), Alemanha (6), França (8), Espanha (10) e Inglaterra (10). No total, as seleções de Portugal somam 13 títulos mundiais e europeus, sendo atualmente detentoras do emblema de campeão europeu em sub-19 e na categoria principal (título conquistado em 2016, na França).

Além do título, Portugal apurou-se diretamente para o Mundial sub-20 2019, que se vai realizar na Polónia (qualificação reservada aos cinco primeiros deste Euro). E será este grupo a defender um pecúlio que coloca Portugal no pódio (dois títulos, em 1998 e 1991), só atrás de Brasil (5) e Argentina (6).