Vasco Brazão, o major da Polícia Judiciária Militar (PJM), garantiu no interrogatório judicial que o Ministro da Defesa foi informado da “encenação” da recuperação das armas, um mês depois da operação. O Ministro nega.
Durante os interrogatórios, o antigo porta-voz da PJM garantiu ter entregado pessoalmente ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes, no final do ano passado, um memorando no qual explicou toda a verdade sobre a recuperação das armas. Nessa reunião estava o então líder da PJM, o major luís Vieira.
Questionado pelo “Expresso”, Azeredo Lopes negou categoricamente ter sido informado da encenação, nem antes, nem depois da recuperação do armamento.
A Polícia Judiciária deteve em 25 de setembro, o diretor e outros três responsáveis da Polícia Judiciária Militar (PJM), um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.
Após terem sido ouvidos por um juiz de instrução, ficaram em prisão preventiva o diretor da PJM e um civil, ficando os outros seis arguidos em liberdade, embora sujeitos a termo de identidade e residência, suspensão do exercício de funções, proibição de contacto com os coarguidos e com quaisquer militares das Forças Armadas, da GNR e elementos da Polícia Judiciária Militar.
Segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”