Uma aluna do quinto ano da Escola Básica (EB) de Vila Verde teve de receber tratamento hospitalar depois de, segundo a mãe, ter sido vítima “mais do que uma vez” de bullying por parte de outros alunos.
Tudo começou porque, explicou a mãe, a criança usa mochila com rodinhas. Foi apresentada queixa na GNR de Vila Verde e a direção da escola iniciou um processo de averiguações.
A menina, de constituição física muito frágil, foi empurrada, quando se encontrava sentada, e agredida por outros jovens no recreio. Aliás, por diversas vezes que já se terá queixado de atos de violência e “gozo” por colegas de turma e alunos de outros anos. Na passada quarta-feira, teve de ser transportada para o Hospital de Braga onde, entre outros tratamentos, foi suturada com três pontos no sobrolho.
Mochila de rodinhas
Com 12 anos, a menina tem necessidades educativas especiais (NEE). “A minha filha tem uma constituição física muito frágil e, no início do ano letivo, levava uma mochila com rodinhas para a escola porque não aguentava o peso dos livros”, recordou a mãe.
A discriminação terá começado aí. “Havia colegas que gozavam com ela, tiravam-lhe a mochila e andavam com ela aos pontapés”, referiu a progenitora. O facto de a criança ter 12 anos e frequentar o quinto ano de escolaridade terá sido também motivo “de gozo” por parte de outros alunos.
Na passada quarta-feira, a menina estaria sentada num banco do recreio e terá sido empurrada por duas colegas, tendo, no final, ficado com a cara inchada e o sobrolho teve de ser suturado.
“Já detetámos algumas incongruências nos relatos que ouvimos. Abrimos um processo de averiguações, mas não está posta de parte a possibilidade de ter sido uma brincadeira que correu mal”, disse ao JN Alberto Rodrigues, responsável pela Escola Básica de Vila Verde.
Na sexta-feira, a menina esteve no Instituto de Medicina Legal a ser observada. Por indicação técnica, não deverá voltar à escola nos próximos dias. “No caso de se confirmar que existe matéria para procedimento disciplinar, é claro que os alunos em causa serão responsabilizados”, frisou ainda o diretor da escola.
Grande tristeza
“Sinto uma enorme tristeza pela minha filha, mas também pelas crianças que fazem estas maldades sem que os pais se apercebam de nada e que, na própria escola, não haja a perceção do que é brincar e agredir e gozar com as outras crianças”, finalizou a mãe.