O Relatório de Contas de 2018 da Câmara de Famalicão foi aprovado com os votos contra do PS, na manhã desta quinta-feira, em reunião do executivo.
A Autarquia diz que se tratou de um “bom ano”, e destaca a redução da divida, o aumento da capacidade de endividamento e o reforço de “dinâmicas coletivas” mas o PS contrapõe com o “aumento” das despesas correntes e a falta de investimento.
Segundo a Câmara Municipal o município usou apenas 27% da possibilidade de endividamento, em 2018, o que, acrescenta, está relacionado com a diminuição da divida a terceiros. No último ano, refere a mesma fonte, a dívida desceu 9,8%, o que significa que em 2018, era de 31,4 milhões. O documento aponta para um grau de execução de 98%.
“Estamos satisfeitos com o resultado da nossa atividade. Porque cumprimos, mas sobretudo porque temos consciência de que tudo o que fizemos representou um contributo para o desenvolvimento sustentado do nosso concelho, para a afirmação do nosso território, para a qualidade de vida dos famalicenses e para a nossa coesão comunitária”, adiantou o presidente a Câmara, Paulo Cunha.
Para o autarca o ano passado foi “francamente positivo” não só pelos números apresentados no relatório e contas mas também pela “perceção do dia-a-dia da comunidade”. “Ficamos satisfeitos porque demos passos sólidos e seguros num caminho que iniciamos pela inclusão, o empreendedorismo e o emprego, a cultura, os seniores”, afirmou.
Já o PS faz uma “avaliação negativa” do Relatório e Contas de 2018 alegando que “não houve gestão criteriosa, não houve investimento e continuam a desperdiçar-se recursos e a não se investir nas famílias”.
Nuno Sá, vereador socialista aponta o dedo à despesa corrente que “cresce ano após ano”. “Mais despesa corrente, mais despesa com pessoal, e não há devolução de rendimentos aos famalicenses, os impostos estão nas taxas máximas”, referiu.
Para o socialista a despesa corrente tem sido paga com a receita, que resulta dos impostos. “A Câmara cobra o máximo nos impostos para despesas correntes, sem fazer investimento”, disse.
“O PS tem uma noção de investimento diferente da nossa. Para o PS investimento são edifícios, para nós é criar condições. Se isso é despesa corrente ou de capital não é o que me preocupa”, notou Paulo Cunha. Acrescentou que a despesa com pessoal é inferior à registada em 1994, e adiantou que mais atividades e mais serviços consomem mais recursos humanos.
Nuno Sá acrescentou que a Autarquia não faz investimento, onde a execução está nos 42%. “Cobrou 90 milhões de euros de receita e realizou investimento de 8,5 milhões de euros, é muito pouco”, afirmou.