Sexo oral associado a um menor risco de aborto espontâneo

Segundo um novo estudo, as mulheres que fazem sexo oral no parceiro têm um menor risco de sofrerem abortos espontâneos recorrentes.

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina, da Universidade de Leiden, na Holanda, detetou uma associação inesperada entre a prática ou não de sexo oral e a recorrência de abortos espontâneos (o que equivale a mulheres experienciarem três ou mais interrupções da gravidez antes da vigésima semana de gestação).

Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores observaram 97 mulheres que haviam sofrido com vários abortos espontâneos, assim como 137 voluntárias que não haviam vivido a experiência traumática de perder um bebé.

Surpreendentemente, os questionários revelaram que as mulheres que jamais haviam experienciado um aborto estavam mais abertas a realizarem sexo oral aos seus parceiros.

De facto, enquanto 72,9% dessas mulheres praticava regularmente sexo oral, apenas 56,9% das participantes que haviam experienciado abortos recorrentes o faziam.

No seu estudo, publicado no periódico científico Journal of Reproductive Immunology, os investigadores liderados pela professora e cientista Tess Meuleman, escreveram: “Este estudo sugere que há um possível papel protetor que advém da prática de sexo oral relativamente à recorrência de abortos espontâneos”.

Enquanto que o motivo para a estranha ligação ainda permanece um mistério, a equipa sugere que o sémen poderá ter um efeito protetor para o feto.

“Estudos subsequentes em mulheres que sofram interrupções involuntárias da gravidez devido a algum tipo de anormalidade na saúde do feto deverão revelar se de facto a exposição ao líquido seminal tem a capacidade de modificar o sistema imunitário materno, resultando assim em mais nados vivos”, conclui Tess Meuleman.