O Governo chinês acusou esta terça-feira o secretário de Estado norte-americano de interferir “grosseiramente” em questões políticas internas de Pequim. Isto depois de Mike Pompeo ter assinalado os 30 anos da repressão das manifestações pró-reformas democráticas de Tiananmen.
Ao referir-se aos acontecimentos de 4 de junho de 1989, quando o exército chinês esmagou o movimento de protesto pacífico na Praça Tinanmen – a Praça da Paz Celestial -, Mike Pompeo referiu-se aos manifestantes como “heróis do povo chinês que corajosamente se ergueram há 30 anos”.
“Nas décadas que se seguiram, os Estados Unidos esperavam que a integração da China na comunidade internacional conduzisse a uma sociedade mais aberta e tolerante. Essas esperanças desapareceram”, lançou o secretário de Estado norte-americano, que instou ainda as autoridades chinesas a tornarem público um número de vítimas mortais da repressão.
Num contexto de rápido agravamento das tensões entre as duas maiores economias do mundo, com a guerra comercial desencadeada pelas políticas protecionistas da Administração Trump, Pompeo não hesitou em afirmar que “o Estado chinês de um partido único não tolera qualquer dissidência”.
“E viola os Direitos Humanos sempre que é do seu interesse”, acentuou.
A resposta de Pequim surgiu na forma de uma nota divulgada pela embaixada da China em Washington: as palavras de Mike Pompeo, lê-se no texto, constituem “uma afronta ao povo chinês e uma grave violação do Direito Internacional”.