O Governo da Polónia vai proibir a partir das 00h00 de sexta-feira a entrada de veículos e reboques de transporte de mercadorias com matrícula russa e bielorrussa. 

Esta medida sobre transportes junta-se à lista de vinte empresas e de 381 pessoas, 16 das quais empresários, alvo de sanções de Varsóvia devido ao envolvimento com o Governo do Presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, ou por manutenção de relações comerciais com Minsk.  

Na ordem decretada pela Polónia são expressamente mencionados os atrelados dos veículos pesados de mercadorias para evitar a entrada de camiões com matrícula polaca com reboques matriculados na Rússia e na Bielorrússia. 

Na sexta-feira passada, o ministro polaco do Interior, Mariusz Kaminski, anunciou que o Governo de Varsóvia ia tomar medidas contra Minsk, após ter sido conhecida a sentença do líder da oposição bielorrussa, Andrzej Poczobut, condenado a oito anos de cadeia por atividades políticas. 

Poczobut, jornalista e historiador bielorrusso de origem polaca, está preso desde março de 2021.

O oposicionista foi considerado pelo tribunal de Grodno, oeste da Bielorrússia, como responsável por “incitação ao ódio”, de levar a cabo “atividades terroristas” e de “reabilitar o nazismo” em atividades políticas contra o Governo de Minsk.  

O ativista que se negou a pedir perdão viu recusado o recurso no julgamento que se realizou à porta fechada na semana passada pelo juiz Igor Lubavitsky, condecorado por Lukashenko. 

De acordo com a imprensa polaca, os familiares de Poczobut constataram recentemente a degradação física do detido que se encontra num estabelecimento de segurança máxima, isolado, sem contacto com o advogado e sob um regime muito limitado de visitas.  

O Governo de Varsóvia pediu a Minsk a libertação de Poczobut e de todos os dissidentes políticos que estão presos na Bielorrússia, especialmente aqueles que pertencem à minoria 200 mil cidadãos de origem polaca.

A Polónia e a Bielorrússia mantêm relações tensas e que foram agravadas desde que Varsóvia acusou Minsk de provocar uma crise migratória na zona de fronteira entre os dois países, em 2021, e que a Polónia encarou como um meio para provocar instabilidade em território polaco e na União Europeia.