Gravador de dados de voo foi encontrado no telhado de uma residência universitária. Acidente causou 268 mortos, incluindo sete portugueses. Apenas um passageiro sobreviveu.

As autoridades indianas confirmaram esta sexta-feira a recuperação de uma das caixas negras do avião da Air India que se despenhou na cidade de Ahmedabad, no norte do país, na noite de quinta-feira, matando 268 pessoas, entre as quais sete cidadãos portuguese

O Gravador Digital de Dados de Voo (DFDR) foi localizado no telhado de uma residência universitária da faculdade de medicina atingida pelo Boeing 787 Dreamliner. A aeronave tinha descolado do aeroporto internacional de Ahmedabad rumo a Londres Gatwick, mas embateu em vários edifícios minutos após a descolagem, incendiando-se de seguida.

Entre as vítimas estão 241 passageiros e tripulantes e 27 pessoas em terra, incluindo quatro estudantes de medicina. Há ainda dezenas de feridos, quatro dos quais em estado crítico.

Único sobrevivente escapou por uma porta solta

Viswashkumar Ramesh, um cidadão britânico de origem indiana, foi o único sobrevivente do acidente. Segundo contou à televisão pública indiana, o avião começou a ter problemas logo após levantar voo. O embate contra os edifícios provocou a soltura de uma das portas de emergência, por onde conseguiu escapar antes de o avião explodir.

Investigação internacional em curso

A investigação está a ser conduzida pelo Gabinete de Investigação de Acidentes de Aviação da Índia (AAIB), com apoio de especialistas norte-americanos da NTSB, FAA, Boeing e General Electric. As autoridades continuam a procurar o gravador de voz da cabine (CVR), peça fundamental para apurar as comunicações entre os pilotos nos momentos finais do voo.

Foi também recuperado um gravador de vídeo digital (DVR), que poderá fornecer elementos visuais adicionais para a investigação.

Reações oficiais

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, natural do estado de Gujarat onde se deu o acidente, visitou o local da tragédia e deslocou-se ao hospital onde está internado o sobrevivente. “A perda de tantas vidas de forma tão repentina é indescritível”, escreveu nas redes sociais.

Este foi o primeiro acidente mortal envolvendo um Boeing 787 Dreamliner desde que o modelo entrou em operação, há 16 anos. A Air India, atualmente gerida pelo grupo privado Tata Sons, está a renovar a sua frota e integrar operações com outras companhias desde a sua privatização em 2022.

Ameaça de bomba noutro voo

Entretanto, um outro avião da Air India, que partira de Phuket (Tailândia), foi forçado a regressar ao aeroporto devido a uma ameaça de bomba encontrada numa casa de banho. Após inspeção, não foram detetados explosivos, mas um passageiro recusou retomar o voo.

O voo AI171 levava 242 pessoas a bordo, incluindo 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses, um canadiano e 12 membros da tripulação. O desastre provocou 268 mortos e permanece sob investigação internacional.