O SC Braga, da I Liga, venceu hoje o Leça, do Campeonato de Portugal, por 3-1, em encontro da terceira eliminatória da Taça de Portugal de futebol, que os ‘arsenalistas’ resolveram com facilidade.

No Estádio do Leça FC, um ‘bis’ do avançado Wilson Eduardo, aos 24 e 54 minutos, e um golo de Ricardo Horta, aos 42, deram ‘cor’ à superioridade do 11.º classificado do escalão máximo, que não perde há sete jogos seguidos para todas as competições e nunca foi eliminado neste patamar da prova ‘rainha’ do futebol português.

Já o segundo colocado da Série B do terceiro escalão nacional, que reduziu por Adilson Silva, aos 85, despede-se da Taça de Portugal com o melhor registo da década na prova, ainda que sem ter vencido qualquer partida no tempo regulamentar: foi repescado após a derrota inicial em Gondomar (3-1) e afastou a Oliveirense na ronda anterior (4-3 no desempate por grandes penalidades).

A cinco dias de medir forças com os turcos do Besiktas, na terceira jornada do Grupo K da Liga Europa, Ricardo Sá Pinto promoveu uma ‘revolução’ no ‘onze’, mantendo Bruno Viana e Ricardo Horta face ao triunfo caseiro sobre o Marítimo (2-1), da Taça da Liga.

A jogar contra o vento na etapa inicial, o Braga revelou dificuldades para lidar com um Leça aguerrido, que se mostrou atrevido aos 17 minutos, num remate de fora da área de João Van Zeller, travado por Eduardo.

Sem forçar muito, os vencedores da Taça de Portugal em 1965/66 e 2015/16 responderam à lei da eficácia, desbloqueando o marcador aos 24, por intermédio de Wilson Eduardo, concluindo de cabeça um cruzamento de Francisco Trincão na direita.

O tento destabilizou os leceiros, que revelavam pouco discernimento na hora do remate e sucumbiram perante o contra-ataque bracarense: depois de Gustavo ter negado novo golo a Wilson (38), Rui Fonte serviu Ricardo Horta para duplicar a contagem (42).

Após o intervalo, o desafio perdeu vivacidade e os minhotos voltaram à carga, com Trincão a desmarcar Rui Fonte, que deixou a bola para o capitão Wilson ‘bisar’, aos 54, aniquilando de vez as esperanças dos matosinhenses, que tiveram nos pés de Zé Carlos (60 e 79) e João Paulino (84) oportunidades para reduzir a diferença.

A cinco minutos do fim, o espírito guerreiro do Leça foi premiado com o golo de honra, da autoria do recém-entrado Adilson Silva, que apareceu na cara de Eduardo e picou a bola por cima do guarda-redes forasteiro.

Declarações do treinador do Sp. Braga, Sá Pinto, na conferência de imprensa após o triunfo frente ao Leça, por 3-1, na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal:

«Toda a semana a falar deste assunto e a prever que isto podia acontecer. Surpresas vai sempre haver e não queremos fazer parte delas. Encaro as surpresas na Taça de Portugal com naturalidade. São muitos anos ligado ao futebol, quer como jogador, quer como treinador. Já vivi muitas situações e vi eliminatórias com surpresas como as que aconteceram. Não quisemos, nem queremos fazer parte do lote das surpresas. Por isso, temos de ser rigorosos, concentrados e humildes.

Foi preciso respeitar muito o Leça, que foi uma equipa que jogou com prazer e tentou complicar-nos o jogo. Nós entramos fortes, determinados, concentrados e sabíamos que um pequeno deslize podia provocar uma surpresa. Sabíamos que não podíamos adormecer nem facilitar em nenhum momento do jogo, porque o Leça podia aproveitar. Foi pena termos sofrido um golo, que não devia ter acontecido.

Declarações do treinador do Leça, Domingos Barros, na conferência de imprensa após a derrota com o Sp. Braga, por 3-1, na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal:

«A nossa ideia era manter o jogo vivo durante o maior tempo possível. A nossa estratégia era pressionar o Sp. Braga na primeira fase de construção. Tivemos uma oportunidade antes do golo do Sp. Braga e eles acabam por chegar ao primeiro golo numa transição. A partir daí o jogo ficou mais difícil. Apesar de tudo, tentámos sempre chegar ao golo e estar presentes no jogo. Novamente, o Sp. Braga fez o 0-2 numa transição.

A equipa mais fraca tem de aproveitar as oportunidades que tem. O Sp. Braga tem quatro ou cinco oportunidades e marca três golos. Nós tivemos várias oportunidades e só fizemos um. A eficácia foi decisiva.

A diferença entre as ligas profissionais e o Campeonato de Portugal é cada vez mais reduzida. Nós trabalhamos bem, os nossos jogadores têm boa formação e têm vontade de ser profissionais. Por isso, muitas vezes a diferença está nos detalhes e na qualidade no momento da decisão.»

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