Morreram 17 mulheres na sequência de complicações na gravidez, parto ou puerpério. Só três destas mulheres tinham 40 anos ou mais. Directora-geral da Saúde está “preocupada”.

Dezassete mulheres morreram em Portugal no ano passado devido a complicações durante a gravidez, o parto e o pós-parto (até 42 dias após o parto), o que fez com que a taxa de mortalidade materna tenha quase duplicado: subiu de 10,4 para 19,5 mortes por cada 100.000 nascimentos.

Segundo o jornal Público, que cita os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), para se encontrar registo de uma taxa de mortalidade materna superior é preciso recuar até 1980.

Em valores absolutos, passou-se de nove mortes em 2017 para 17 em 2018. Só em dezembro do ano passado, houve seis mortes, tantas quantas se tinham verificado em todo o ano de 2016.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Luís Graça, afirmou, em declarações ao jornal Público, que “este número é uma brutalidade”. O especialista lembrou que a média de nascimentos na última década é de 85 mil por ano.

 Este número é uma brutalidade, não tem o mais pequeno sentido. Um salto das oito ou nove mortes [maternas] para 17, mantendo-se o mesmo número de partos, é um exagero. Estou estupefacto. Uma morte por dez mil partos compreende-se, agora duas por dez mil partos não.”

Também a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, manifestou, ao mesmo jornal, preocupação em relação a estes dados.

 É um número elevado e há um aumento do número de casos que tem de ser valorizado. Estamos a fazer um esforço para perceber o que aconteceu. Se isto é um valor padrão, ou se veio para ficar. Estamos preocupados, obviamente”, afirmou