O espectáculo “Deixem o pimba em paz”, no qual Bruno Nogueira e Manuela Azevedo fazem versões de música ligeira portuguesa, foi apresentado ontem na cidade de Braga.
O espectáculo segue hoje para Guimarães
“Deixem o Pimba em Paz” chega pela primeira vez a Guimarães depois de na noite de ontem ter estado no Altice Forum Braga para uma plateia entusiasta e repleta. O espetáculo acontece no dia 6 de dezembro, às 22:00 no CAE São Mamede.
A ideia original é do humorista Bruno Nogueira que convidou Manuela Azevedo, vocalista da banda Clã, e Filipe Melo para assim criar um projeto que viria a ser muito acarinhado pelo público português.
Com novos arranjos, o quinteto interpreta canções de artistas como Quim Barreiros, Ágata, José Malhoa, Marco Paulo, Nel Monteiro e Marante. O alinhamento integra, por exemplo, “24 rosas”, “Comunhão de bens”, “Porque não tem talo o rabo”, “Azar na praia” e “Garagem da vizinha”.
Declamar 24 Rosas, de José Malhoa, em tom de diseur latino romântico ou cantar Azar na Praia, de Nel Monteiro, como se fosse um tema entre o dixieland de Nova Orleães e a música de saloon, ou até mesmo quando Manuela Azevedo (dos Clã) agarra em Sozinha, de Ágata, e a transforma numa canção que poderia ser recuperada do reportório teatral/cabaret de Édith Piaf, percebemos que aquilo a que se chama pimba está a ser desmantelado diante dos nossos olhos e ouvidos. E se o riso – por se tratar de Nogueira e o arranque se fazer com esse tom inesperadamente enfático de 24 Rosas – ainda sai com facilidade de início, logo se percebe que a presença do humor em Deixem o Pimba em Paz é quase fortuita e trazida sobretudo à tona sempre que emergem criações de Quim Barreiros.
O projecto nada tem de risível quando Na Minha Cama com Ela (Mónica Sintra) é apresentada com um insuspeito fulgor pop ou Comunhão de Bens (Ágata) se mostra como uma sombria e dramática balada ao piano, tudo cortesia dos arranjos do pianista de jazz Filipe Melo e do guitarrista pop/rock Nuno Rafael (director musical de Sérgio Godinho). A prova de que as cartas se baralham na totalidade é inequívoca nos convidados chamados ao palco: Camané e Marante (cantor do Grupo Diapasão), predisposto a levar o seu tema Som de Cristal para terras de um crooning que Tony Bennett e Jamie Cullum não desdenhariam, numa canção que fazia parte da “fantasia de música pimba” de Nogueira. E que obriga à conclusão de que tudo está nas pequenas escolhas de cada um. Se Marante cantasse habitualmente neste registo a sua imagem pública seria outra. A mesma coisa se tivesse calhado Camané ser vocalista do Grupo Diapasão.
Fica aqui alguns excertos do concerto de ontem a noite na cidade de Braga