O Reitor da UMinho disse, em entrevista à RUM, que há riscos e consequências com os sucessivos atrasos do Governo na resposta ao problema.

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, reconhece que o atraso do Governo na construção de novas residências universitárias, nomeadamente em Braga e Guimarães, tem jogado a favor dos investidores privados que já começaram a actuar nas principais cidades universitárias do país. As residências universitárias estão lotadas. Nas cidades de Braga e Guimarães o Governo aprovou projectos que visam a requalificação de edifícios do Estado para esse fim, mas vários meses volvidos desde o levantamento dos referidos edifícios, nada mais aconteceu. A situação continua a preocupar os reitores das universidades portuguesas, como é o caso do Reitor da academia minhota.

Questionado sobre a possibilidade deste défice de camas para universitários estar a influenciar os privados a investir no ramo imobiliário para estudantes, Rui Vieira de Castro lembrou que “os preços praticados não aos preços do Estado nas residências universitárias disponíveis”. 

Em entrevista ao programa Campus Verbal, que foi para o ar esta noite na RUM, Rui Vieira de Castro disse que o cenário actual está a deixar espaço para os investidores privados. “Não quero acreditar que este deferimento na resolução do problema por parte das entidades governamentais aconteça na expectativa de que identificada a existência destas dificuldades se fique na expectativa de ser a iniciativa privada a resolver esta situação”, respondeu.

Sobre a possibilidade da venda da Fábrica Confiança, em Braga, servir para dar lugar a alojamento privado para estudantes da UMinho, o reitor reafirmou que é positivo que estas propostas surjam, mas apenas “porque é mais uma ajuda à resolução de um problema que a cidade e a universidade têm”, lembrando que os preços praticados não estão ao alcance de qualquer aluno da instituição.

Os edifícios identificados e as posturas distintas dos autarcas locais face ao drama do alojamento universitário

A Câmara Municipal de Braga (CMB) nunca apresentou qualquer edifício para dar lugar a uma residência universitária, ao contrário do município de Guimarães que se manifestou disponível a ceder vários espaços para esse fim. 

Há uma semana, o autarca de Guimarães lamentou publicamente o atraso do Estado nesta matéria e disse mesmo que se a responsabilidade tivesse sido delegada no município, Guimarães já teria iniciado as obras. Rui Vieira de Castro não duvida da palavra do autarca de Guimarães e desdobrou-se em elogios à autarquia vimaranense neste processo. “Não quer dizer que a situação estivesse totalmente resolvida, mas teriam sido dados passos significativos nesta direcção e na tentativa de ajudar a resolver um problema grave”, reconheceu.

Rui Vieira de Castro admitiu que Guimarães e Braga têm “realidades, prioridades e modos de colaboração distintas“, assumindo também que Domingos Bragança “tem sido bastante enfático na sinalização da importância de se solucionar o problema da habitação dos estudantes da Universidade do Minho”.