A empresa Irmarfer, de Paços de Ferreira, adaptou a sua atividade para montar estruturas temporárias ajustadas às necessidades de unidades hospitalares, como Guimarães e Penafiel, e autarquias, para reforço da resposta à pandemia covid-19.
O diretor executivo da empresa, Paulo Sousa, disse, esta terça-feira, à Lusa que a estrutura de Penafiel, que foi encomendada pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), já está concluída e que a de Guimarães deverá ser disponibilizada no final desta semana.
“Estamos a fazer estruturas temporárias de apoio às unidades de saúde, com os requisitos de cada uma, para os seus profissionais poderem fazer o melhor serviço de suporte à Covid-19”, explicou, referindo não haver uma “estrutura standard”.
“Vamos adaptando a cada uma das situações e é isso que temos feito com as unidades de saúde e também com algumas câmaras municipais, no sentido de criarmos estruturas que são desenvolvidas pelos nossos profissionais de saúde para suportar em processos de triagem, retenção ou quarentena”, explicou, anotando que o facto de a empresa trabalhar com “material altamente modelar” permite “fazer diversas estruturas consoante as necessidades”.
No caso do Hospital Padre Américo, em Penafiel, foi pedido à Irmarfer que preparasse uma estrutura para fazer um processo de triagem, disse.
A empresa montou, num parque de estacionamento da unidade de saúde, uma estrutura com 600 metros quadrados, dotada de áreas de receção, triagem e uma ala de isolamento. Foi também criado um passadiço coberto, com cerca de 100 metros de extensão, que liga a estrutura ao edifício do hospital.
No caso do hospital de Guimarães, de dimensão semelhante, a montagem foi iniciada na segunda-feira, tendo sido pensada uma estrutura para dar apoio à urgência e triagem, dotada de 22 quartos, cada um com a dimensão de três por três metros.
No caso de Ponte de Sor, cuja montagem foi, esta terça-feira, iniciada, trata-se de uma estrutura mais pequena destinada a triagem e isolamento de doentes com Covid-19 que aguardam transferência para outros hospitais.
Paulo Sousa disse que a empresa de Paços de Ferreira, atualmente com 265 colaboradores, está a trabalhar em vários projetos de estruturas temporárias, com diferentes soluções, para municípios, que não quis identificar, no contexto de colaboração entre as câmaras e o Serviço Nacional de Saúde.
O responsável assinalou ainda a adaptação que a empresa foi obrigada a fazer para responder a este tipo de pedidos mais específicos.
À Lusa, referiu que a atividade normal da unidade fabril é produzir infraestruturas temporárias para eventos, algo que, reforçou, na conjuntura atual não tem sido possível fazer.
Questionado sobre se o que a Martirfer tem feito nas últimas semanas com a montagem de estruturas de apoio aos equipamentos de saúde compensa as perdas, referiu que não é suficiente, mas “diminui um bocado o risco em termos empresariais”.
Deixou, também, uma palavra aos colaboradores da empresa, recordando a importância do trabalho que estão a desenvolver, no exterior, quando precedem à montagem das estruturas junto aos hospitais.
Paulo Sousa acentuou que os colaboradores têm tomado “as medidas necessárias” no contexto atual de pandemia de Covid-19.
Em Portugal, há 29 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo números hoje divulgados pelo secretário de Estado da Saúde.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.