Uma alcateia matou durante este fim de semana um burro, às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Santo António de Mixões da Serra, Vila Verde, no distrito de Braga, três meses depois de outro ataque ter resultado na morte de dois burros e ferimentos num outro.
A população daquela freguesia, situada no extremo do norte do concelho de Vila Verde, já receia sair à rua, isoladamente, porque este ataque mortífero ocorreu logo pela manhã, já com a luz do dia, uma situação que não ocorria ainda há poucos anos.
O proprietário do animal, Mário Abreu, contou ao JN que o primeiro ataque da alcateia ocorreu a dez metros de casa. “Agora os lobos voltaram a atacar, matando mais um burro mirandês, que tinha comprado recentemente por 1.500 euros, destinado a criação”.
Elementos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, tutelados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, estiveram no local a registar a ocorrência, admitindo-se como mais provável que os lobos desta zona façam parte de duas alcateias não acompanhadas, uma de Vila Verde e outra da Serra Amarela.
“Os lobos têm dizimado equídeos, mas há também o relato de uma vaca morta e comida pelos lobos ainda há pouco tempo”, conforme acrescentou este criador vilaverdense, explicando que “o lobo aproxima-se cada vez mais das habitações e a população receia já não só a morte de mais animais, como inclusivamente um ataque contra um habitante”.
Várias pessoas da aldeia relataram ao JN que encontram diferenças entre os animais que atualmente por ali surgem, já que estes não parecem ter tanto medo de se aproximar das zonas habitadas e com gente.
É segundo ataque mortal registado este ano no mesmo local, ironicamente nas imediações do Santuário de Santo António de Mixões da Serra, zona onde todos os anos um sacerdote católico benze os animais que lhe são levados, desde os domésticos até aos de pastoreio.
Mas, ainda segundo Mário Abreu, já em junho do ano passado, um outro ataque vitimou um burro. Os animais “costumavam estar num terreno, à beira da estrada, eram uma atração da terra, porque os turistas fotografavam os animais, sempre muito dóceis”.
Esta zona de entrada para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que tanto acede a Brufe (Terras de Bouro), como a Germil (Ponte da Barca), tem um grande número de equídeos, que costumam deambular junto das estradas municipais.