O radialista relatou o momento nas redes sociais.
Nuno Markl usou a sua conta de Instagram para fazer uma sentida homenagem à sua ‘cãopanheira’, que adotou há oito anos, Uva, e que morreu, tal como o próprio informou. “Maltratada, usada como alvo de tiro com chumbos, cega de um olho por um ato de violência, e com a natureza, ainda por cima, a ditar-lhe uma organização dentária duvidosa e à prova de qualquer aparelho, era a cadela que ninguém escolheria num catálogo”, recorda.
“Cardíaca e com um problema pulmonar, nos últimos tempos, aguentou-se ainda assim com valentia. Sempre que achávamos que não se ia safar, no dia seguinte acordava com energia e apetite renovados”, relata.
Até que o fatídico dia chegou: “Ontem, pela primeira vez em muitos dias, a Uva acordou sem tosse. Movia-se pela casa com uma estranha calma, subiu e desceu escadas atrás de mim. À tarde, preparei comida para ela e para a Flor – uma lata de um manjar gourmet que faz sucesso cá em casa. Aproximou-se com a Flor, como de costume, para o ritual da abertura da lata. Mas desta vez, virou o focinho para o lado, sem apetite. Virou-me costas, caminhou até à sala, deitou-se de lado, como se fosse dormir, e soltou o maior e mais aliviado suspiro da História do Mundo. Ainda antes de me aproximar, percebi o que tinha acontecido”, continua.
“A lição da Uva será sempre esta: eis uma rafeira que passou por tudo, que ficou desfigurada, que não teria grandes hipóteses. Deu-nos muita alegria durante 8 anos e acho que lhe demos uma boa vida. Os cães mais imperfeitos podem ser perfeitos e há muitos à vossa espera em canis, abrigos, associações. Lembrem-se da Uva e façam o favor – a eles e a vocês – de lhes dar uma casa e afeto”, termina.