A presidente do Banco Central Europeu afirma que após a pandemia não haverá uma crise das dívidas soberanas na zona euro e explica que o aumento dos níveis de dívida pública é transversal a nível mundial.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que o Produto Interno Bruto da zona euro deverá tombar entre 8% a 12% este ano, devido ao impacto do coronavírus, revendo as anteriores projeções que fixavam uma contração num intervalo entre 5% a 12%.

Numa intervenção de perguntas e respostas online sobre a resposta do banco central à pandemia do coronavírus, transmitida pela BCE, esta quarta-feira, a francesa explicou que o anterior cenário “moderado” (5%) está desatualizado, remetendo para as próximas projeções macroeconómicas do banco central no início de junho, mas calcula que será entre o cenário “médio” (8%) e o “severo” (12%).

“É muito difícil prever quanto é que a economia foi afetada”, admitiu sobre as dificuldades de fazer extrapolações nas atuais circunstâncias.

Questionada sobre se haverá uma crise das dívidas soberanas na zona euro após a pandemia, Lagarde respondeu categoricamente que “não”. Salientando que o aumento das dívida públicas é transversal a todos os países e não apenas aos da moeda única, considerando que “aumentar a dívida pública é o caminho a seguir” para fazer face ao impacto da pandemia.

Explicou que atualmente com a inflação extremamente baixa e as taxas de juro baixas, pelo que o “serviço da dívida é extremamente baixo” para muitos países.