Pedido de localização das chamadas de emergência
O destino fatídico do famalicense José Manuel Silva, de 49 anos, num acidente de mota, no passado dia 28 de maio, nos acessos à A3 e A11, em Braga, levou a que um cidadão lançasse uma petição pública (ver aqui) para agilizar o processo de georeferenciação das chamadas de emergência, algo já anunciado pelo Governo mas que nunca foi implementado.
A petição conta, esta quarta-feira, com 967 assinaturas validadas com cartão de cidadão, faltando 33 para poder ir a discussão na Assembleia da República.
Rui Sá Carneiro, autor da iniciativa, vive em Gondomar, mas aquele dia trouxe-o a Braga por motivos profissionais. Quando regressava a casa, antes de entrar na A3, viu o motociclista sofrer uma aparatosa queda.
“Parei o carro ao lado com os quatro piscas para salvaguardar que ninguém o atropelava”, explica. “Pensei que seriam só uns arranhões”, recorda.
Mas Zeca, como era conhecido por entre os amigos e familiares de Cavalões e Gondifelos, onde nasceu e residia, não resistiu ao embate e acabou por entrar em paragem cardiorrespiratória.
Rui contactou no imediato o 112, mas só ao fim da terceira tentativa teve sucesso. Indicou o local preciso do acidente, o acesso às auto-estradas A3 e A11, à saída da cidade de Braga em direção ao Porto.
Mas foram precisos mais de quatro minutos para que a central percebesse o local exato do acidente. “Ainda recebi uma chamada da ambulância e outra da GNR a perguntar qual era o local”, acrescenta.
Rui pretende que seja implementada a georeferenciacão de chamadas de emergência, medida que constava num plano do Governo de António Costa, em 2017, inserida no pacote chamado ‘Simplex+2017’, que visava mais de 100 novidades a implementar.
Recorda que, no acidente de Zeca, três médicos que pararam para prestar assistência foram “incansáveis” nas manobras de reanimação, mas lembra “a injeção de adrenalina” e o uso “das máquinas” que só estavam disponíveis na ambulância.
“Se [a ambulância] tivesse sido mais rápida, poderia ter evitado este desfecho? Nunca iremos saber”, aduz, certo de que o esforço encetado na petição para chegar ao Parlamento é “para evitar situações futuras em que cada minuto conta”.
Rui estima que, até final da semana, a petição atinja os 1.000 signatários. Depois, deverá passar a mesma à família, para que esta leve avante este pedido junto da classe política.
“E esta medida não seria só para acidentes. Pode ser útil noutras ocorrências, como em situações de violência ou de rapto”, exemplifica.