Operação “HINDOLA” junta Portugal, Espanha e Reino Unido. Esquema terá lesado o Estado em 4,2 milhões de euros.

A GNR deteve seis pessoas até ao momento, numa operação que está a decorrer em Portugal e Espanha. Em causa uma fraude organizada, que envolve os principais grossistas nacionais na área da alimentação e bebidas.

Em declarações à Renascença, o capitão Hélder Fernandes revela que “decorrem diligências de busca a nível nacional, em Espanha e no Reino Unido. Há seis mandados de detenção já cumpridos”.

Esta prática ilícita terá lesado o Estado em 4,2 milhões de euros, mas esta “vantagem patrimonial ilegítima pode aumentar depois de tudo apurado no final da operação que está em curso”.

Em causa está um “esquema delituoso chamado de fraude carrossel, que envolvia alguns dos principais grossistas nacionais de comércio de produtos alimentares e bebidas. Os envolvidos aproveitavam-se das fragilidades do IVA, adquiriam mercadoria em território nacional, a mercadoria seria distribuída e vendida até o consumidor final e para evitar o pagamento do IVA, e obter devoluções indevidas, eram simuladas transmissões de produtos para o estrangeiro”, explica a mesma fonte, acrescentando que o esquema incidia sobre bebidas, alcoólicas e não alcoólicas, e bens alimentares.

A operação denominada “HINDOLA” visa desmantelar uma rede de comércio de produtos alimentares que terá atuado numa fraude transnacional.

A Unidade de Ação Fiscal (UAF), encontra-se a dar cumprimento, a diversos mandados de busca e de detenção, tendo sido detidos seis indivíduos, até ao momento, através de uma operação realizada em articulação com a Direção de Finanças do Porto, sob Direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto e com o apoio da EUROPOL e da EUROJUST, em território nacional e internacional.

A investigação decorre há aproximadamente um ano. Os suspeitos encontram-se indiciados na prática dos crimes de fraude qualificada, introdução fraudulenta no consumo qualificada, associação criminosa, branqueamento, corrupção ativa e passiva, e prevaricação e denegação de justiça.

A GNR, com o apoio das diversas entidades internacionais envolvidas na operação, dá cumprimento a 77 mandados de busca domiciliários e 58 não domiciliários em território nacional; sete mandados de busca não domiciliários em Espanha; seis mandados de detenção fora de flagrante delito em território nacional; dois mandados de detenção europeus no Reino-Unido.

A operação conta com o reforço de militares dos Comandos Territoriais da GNR do Porto, Braga, Aveiro e Évora, e da Direção de Investigação Criminal (DIC) da GNR, estando a ser empenhados 197 militares da GNR e 40 elementos da AT.