As farmácias devem conseguir vacinar “quase 400 mil pessoas” até ao final da semana, adiantou hoje a bastonária dos Farmacêuticos sobre um processo que considerou “complexo e que deveria ter sido melhor coordenado”.
Ana Paula Martins, que foi hoje recebida em audiência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, disse à saída da reunião que o contingente de vacinas das farmácias, que corresponde a 240 mil doses, em conjunto com as 100 mil doses do contingente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entregues às farmácias, deve ser esgotado até ao final desta semana.
“Na próxima semana chegam mais vacinas, não sabemos ainda qual vai ser a sua distribuição”, acrescentou a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, sublinhando que o compromisso que as farmácias assumiram é o de vacinar 700 mil pessoas até ao final da campanha de vacinação contra a gripe, que decorre até dezembro.
Para Ana Paula Martins, a distribuição das próximas doses tem de corresponder a “um equilíbrio” que o Ministério da Saúde vai ter que encontrar entre as necessidades e os agendamentos já realizados pelos centros de saúde e a vacinação que tem que ser feita pelas farmácias.
“É um processo complexo, é verdade que podia ter sido melhor coordenado, mas neste momento estamos no terreno e a conseguir dar resposta com as vacinas que temos”, disse a bastonária.
A grande afluência às farmácias de pessoas que se querem vacinar este ano explica-se pelo contexto da pandemia e pela importância que a vacinação contra a gripe assumiu como medida de proteção contra a covid-19.
“Temos muita gente que nunca se vacinou e que agora se querem vacinar. É preciso dizer com clareza que os grupos de risco são quem mais ganha com a vacinação”, disse.
“Tenho uma grande convicção que nas próximas duas semanas, com o processo já a desenrolar-se, com menos ansiedade e menos expectativa por parte dos portugueses, acredito que vamos conseguir transmitir alguma serenidade e que nas próximas duas semanas, à medida que as pessoas se vão vacinando, isso vai atenuando a sensação de desconfiança em relação a não ter vacina”, acrescentou a bastonária.