Fausto Pinto, presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, defendeu o uso da máscara como forma de quebrar a transmissão do vírus: “Hoje em dia sabemos que o uso da máscara, neste momento, é, possivelmente, a medida mais eficaz contra esta pandemia”.
Fausto Pinto, presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, afirmou, esta sexta-feira, em entrevista à SIC Notícias, que os números da incidência da Covid-19 no nosso país são “preocupantes” e que mostram que “a infeção está ativa”. “Daí a necessidade de haver medidas mais restritivas e mais assertivas para que possamos enfrentar esta fase complexa e de crescimento”.
Para o especialista, “se não houver medidas que possam contrapor esta evolução, isto vai ter consequências que podem ser bastante mais complexas do que aquelas que nós gostaríamos”. Assim, reiterou, são números “preocupantes” e a partir dos quais o Governo tem tomado “algumas medidas, mas, talvez, tem de ir um pouco mais além”.
Sobre as restrições decretadas para o fim de semana dos finados e para três concelhos do Norte, Fausto Pinto considerou irem “ao encontro de procurar diminuir as cadeias de transmissão”.
“Acho que, neste momento, a combinação daquilo que são medidas assertivas em termos de saúde pública – e a saúde pública tem de estar de mãos dadas com a economia, só pode haver economia se houver uma saúde pública adequada e vice-versa – e, nesse sentido, algumas medidas como por exemplo o recolher obrigatório, que seguramente está no pensamento das nossas autoridades, é algo que temos de começar a pensar muito seriamente”, defendeu, para não terem de ser tomadas “medidas ainda mais restritivas como seja o confinamento mais pesado”.
E aqui, sublinhou, não se trata de “um querer ou não querer”. A realidade mostra uma situação “que não está controlada” e a ter uma “evolução”. “Medidas como aquela que agora foi aprovada da máscara obrigatória pela qual nós temos vindo a pugnar há muito tempo” são, desta forma, um passo para a contenção da pandemia.
O especialista, que afirmou não conseguir compreender “algumas autorizações” que permitem aglomerações, foi questionado sobre o regresso de algum público aos jogos de futebol: “Discordo seja no futebol, seja no que for. Discordo completamente. Nesta fase, não é fase para termos aglomerações de pessoas por uma razão simples: é muito difícil, por mais que sejam impostas algumas regras, que essas regras sejam cumpridas”.