A estrela da seleção argentina e Nápoles morreu esta quarta-feira, informa o meio de comunicação argentino Clarín. Diego Maradona tinha 60 anos.
Diego Armando Maradona morreu esta quarta-feira, na sua casa, avança o jornal argentino Clarín. A confirmação da sua morte foi também dada pelo seu agente e amigo Marias Morla à agência espanhola EFE.
Governo argentino já decretou três dias de luto oficial pela morte de Maradona.
O antigo capitão da seleção argentina, que atualmente era treinador do Gimnasia de la Plata, foi hospitalizado no dia dois de novembro devido a anemia e desidratação, apresentando igualmente um estado depressivo, tendo os exames a que foi submetido revelado a presença de um hematoma subdural.
A par do brasileiro Pelé, que completou 80 anos em outubro, Maradona é considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos com uma carreira marcante com passagens pela seleção argentina, com a qual conquistou o Campeonato do Mundo, e no Nápoles onde levou a equipa italiana aos melhores da sua história, o que incluiu a conquista de duas ligas italianas, as únicas do palmarés do clubes, e uma Taça UEFA.
Enquanto treinador, o argentino teve o ponto alto da carreira quando orientou a seleção do seu país durante dois anos, tendo alcançado os quartos de final do Mundial2010, na África do Sul, competição em que foi derrotado pela Alemanha (4-0).
Foi pelo seu papel em levar ao Nápoles à glória em Itália que o astro argentino foi homenageado na cidade italiana em 2017, recebendo o título de cidadania honorária.
A vida de Diego Maradona foi marcada por muitos problemas de saúde decorrentes da sua vida de excessos.
Em 2000, teve um ataque cardíaco, após uma overdose de drogas, durante umas férias em Punta del Este, no Uruguai, a que se seguiu um longo processo de cura em Cuba. Em 2004, numa altura em que pesava mais de 100 quilos, sofreu outro enfarte em Buenos Aires, e chegou a ser submetido a uma cirurgia de estômago para perder peso.
Uma vida vivida entre a glória e a decadência
A vida desportiva daquele a quem “os argentinos tudo perdoam”, nascido a 30 de outubro de 1960 num bairro pobre dos subúrbios de Buenos Aires chamado Villa Fiorito, iniciou-se aos nove anos, no Cebollitas, e prosseguiu aos 15 no Argentino Juniores.
Quatro anos passados, e já como campeão mundial sub-21, Maradona juntou-se ao Boca Juniores, clube com o qual conquistou o seu primeiro título de campeão, em 1981.
Um ano depois, e após participação na primeira de quatro fases finais de um Mundial (Espanha82), o jogador transferiu-se para o FC Barcelona, clube onde apenas venceu uma Taça do Rei, frente ao eterno rival, o Real Madrid.
Espanha marcou também a lesão mais grave na carreira do argentino. Fratura do tornozelo esquerdo, provocada pelo defesa Andoni Goikoetxea, do Atlético de Bilbau. Corria o ano de 1983. A lesão afastou-o dos relvados durante mais de três meses.
Esta primeira etapa espanhola ficou também assinalada por uma hepatite, logo no ano da chegada à Catalunha, doença que o impediu de jogar por três meses.
Se a isso se juntar a expulsão no Brasil-Argentina no Mundial82, a passagem pelos estádios espanhóis ficou aquém daquilo que se esperava da estrela argentina.
A “maldição espanhola” levou o Nápoles a contratar Maradona em 1984. A opção italiana veio a revelar-se um misto de “céu e inferno” para o jogador.
Em Itália, levou o Nápoles, pela única vez na sua história, a sagrar-se por duas vezes campeão: 1987 e 1990. Ganhou ainda uma Taça UEFA (1989), uma Taça de Itália (1987) e uma Supertaça italiana (1991).