Vitória eliminado da Taça da Liga após desempate por penáltis

O Vitória foi esta quarta-feira eliminado da Taça da Liga, ao perder no Estádio da Luz, com o Benfica, no desempate por grandes penalidades (4-1), depois de um empate a um golo nos 90 minutos em partida dos quartos-de-final. João Henriques fez seis alterações no onze, comparativamente com a partida frente ao Santa Clara, destacando-se as estreias absolutas do guarda-redes Trmal e do avançado Estupiñan. A equipa vitoriana colocou-se em vantagem aos 16 minutos na sequência de uma bela jogada iniciada em Edwards, que desmarcou Rochinha e este ofereceu o golo a Estupiñan. Numa primeira parte em que não permitiu ao adversário qualquer grande oportunidade, o Vitória até podia ter voltado a marcar aos 32 minutos, num remate de Miguel Luís, defendido por Helton Leite, num lance em que a bola ainda tocaria no braço de Vertonghen.

No segundo tempo, a primeira ocasião para o Benfica empatar surgiu aos 70 minutos da cabeça de Darwin Nuñez, que rematou ao lado. Oito minutos depois, foi Tramal a negar o golo a Pizzi. Aos 82 minutos, pouco depois de ter entrado, Poha, segundo o árbitro Fábio Veríssimo,  cometeu penálti e Pizzi fez mesmo o empate no minuto seguinte. No último lance, Trmal evitou o 2-1 para o Benfica e o jogo foi para o desempate por penáltis. Da marca dos 11 metros, foi mais eficaz a equipa encarnada, que marcou por Everton, Pizzi, Gabriel e Seferovic, ao passo que o Vitória só não falhou por Pepelu, porque André Almeida atirou ao poste e Poha permitiu a defesa de Helton Leite.

João Henriques em conferência de imprensa depois do V. Guimarães ter sido afastado da Taça da Liga pelo Benfica, no desempate por grandes penalidades, depois de um empate 1-1 no tempo regulamentar.

«Pretendíamos duas coisas: primeiro fechar o jogo interior do Benfica, os contra-movimentos dos dois avançados, em profundidade e apoio. Baixar as linhas quando o Benfica estava no processo ofensivo, para tentar explorar as costas dos centrais na transição. E depois tentar sair pelo lado contrário ao momento da pressão do Benfica após a perda. Umas vezes tivemos sucesso, outras nem tanto. Umas vezes por mérito nosso, outras por demérito. A equipa esteve muito bem, no processo defensivo foi exemplar. Só sofremos de penalti e o nosso guarda-redes fez três defesas, e nenhuma delas foi extraordinária. O guarda-redes adversário sofreu um golo e fez duas defesas.»

«O Benfica teve mais remates, mais posse de bola, mas isso também foi permitido por nós, pois estávamos em vantagem, o que permitiu esta abordagem. Fica um amargo de boca relativamente ao resultado final, e por falharmos a final four. A equipa foi solidária e superou as adversidades todas que apareceram nos últimos dias. Nesse aspeto, olhando para o futuro, saímos com um horizonte mais alargado.»

«No processo defensivo foi isto que foi trabalhado. No processo ofensivo foi mais curto, pois tivemos menos bola do que desejávamos. Houve largos períodos em que controlámos o jogo, dando bola ao adversário. Concordo que faltou um pouco de chegada na segunda parte. Já não contávamos com o penálti, daquela forma. É evidente que o Benfica apertou um pouco mais, com mais gente perto da área, mas no global estivemos muito bem.»

[sobre Estupiñan, que marcou no primeiro jogo que fez esta época] «Felizmente fez uma estreia a marcar. É bom para qualquer jogador. Já tinha marcado pela equipa B, onde estava quando cheguei, e é mais uma boa opção, com características diferentes. Este era um jogo em que íamos ter menos bola, mais a explorar a transição e a profundidade, e precisávamos de um jogador para discutir mais jogo com os centrais e a aparecer depois em zonas de finalização. Felizmente temos vários jogadores. Ele está connosco há três semanas e está a integrar-se muito bem. É mais um dos bons jogadores que temos.»

[sobre a gestão emocional de Poha, que cometeu o penálti que deu o empate ao Benfica e depois falhou a conversão no desempate] «Os penáltis foram treinados. Treinámos hoje de manhã. Aqueles são os batedores mais capacitados, entre aqueles que estavam em campo. Infelizmente o André (Almeida) acertou no poste e depois o Poha não conseguiu fazer golo. Mas não influencia nada, os jogadores são capazes de superar aquela situação de cometer um penálti e depois ter de converter. É mais um crescimento para eles, não vejo como um problema. Os penáltis já são um fator de algum stress, mas os jogadores estão habituados.»

Jorge Jesus em conferência de imprensa depois do triunfo sobre o V. Guimarães na Taça da Liga após o desempate por grandes penalidades.

«Não precisávamos de chegar aos penáltis para passar, tendo em conta o que fizemos nos noventa minutos. Fizemos um jogo praticamente dentro do meio-campo do Vitória. Obrigámos o adversário a jogar muito atrás. A força ofensiva do futebol do Benfica é muito grande, e obriga os adversários a jogar quase sempre dentro da sua grande área, onde acabam por ficar 18 ou 19 jogadores. O espaço fica reduzido, mas o ataque posicional do Benfica tem muita qualidade, e vai criando oportunidades atrás de oportunidades. O Vitória marcou na única vez em que foi à nossa baliza. No jogo todo fizeram dois remates. Mas o futebol é isto mesmo, não ganha quem faz mais remates ou tem mais posse de bola. Normalmente ganha essa equipa. Achei que foi um jogo, mais uma vez, em função do momento e da forma como tivemos que jogar. Há quem diga que os penáltis são uma lotaria, mas é mentira. Não é lotaria, é qualidade.»

[já disse que os penáltis não são sorte nem lotaria, mas o Benfica foi feliz por chegar ao desempate por penáltis?] «Essa pergunta tinha fundamento se o Benfica não tivesse criado oportunidades. O Benfica teve N oportunidade para marcar. Não foi uma sorte chegar à igualdade. Pelo contrário, com alguma sorte chegava aos 90 minutos com a eliminatória resolvida. O Benfica tem oito, nove ou dez jogadores que marcam muito bem penáltis. Estava confiante, mas não queria que isso acontecesse. Com as substituições fui colocando a equipa sempre mais em risco.»

Ficha de Jogo

Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa.

Benfica – Vitória SC, 1-1, 4-1 no desempate por grandes penalidades.

Ao intervalo: 0-1.

No final do tempo regulamentar: 1-1.

Marcadores:

0-1, Oscar Estupiñán, 16 minutos.

1-1, Pizzi, 83 (grande penalidade).

Marcadores no desempate por grandes penalidades:

1-0, Everton.

1-0, André Almeida (ao poste direito).

2-0, Pizzi.

2-1, Pepelu.

3-1, Gabriel.

3-1, Poha (defesa do guarda-redes).

4-1, Seferovic.

Equipas:

– Benfica: Helton Leite, João Ferreira (Gilberto, 46), Jardel, Vertonghen, Nuno Tavares, Weigl (Pizzi, 55), Taarabt (Gabriel, 86), Rafa (Pedrinho, 66), Everton, Waldschmidt (Seferovic, 46) e Darwin.

(Suplentes: Vlachodimos, Gilberto, Ferro, Grimaldo, Gabriel, Pizzi, Pedrinho, Gonçalo Ramos e Seferovic).

Treinador: Jorge Jesus.

– Vitória SC: Trmal, Falaye Sacko, Jorge Fernandes, Abdul Mumin, Sílvio, Pepelu, Miguel Luís (André Almeida, 67), Janvier (Poha, 80), Marcus Edwards (Ricardo Quaresma, 70), Rochinha (Maddox, 80) e Oscar Estupiñán (Lyle Foster, 70).

(Suplentes: Jhonatan, Suliman, Mensah, Poha, André Almeida, Maddox, Ricardo Quaresma, Lyle Foster e Noah Holm).

Treinador: João Henriques.

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Taarabt (41), Jorge Fernandes (52), Miguel Luís (60), Janvier (76) e Poha (82).

Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.

Veja os melhores momentos aqui: