Portugal regista hoje 155 mortos relacionados com a covid-19, o valor diário mais elevado desde o inicio da pandemia, e 7.259 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Este é o dia com maior número de mortes diárias registadas desde o inicio da pandemia, em março de 2020, superando o recorde registado esta segunda-feira, quando os dados davam conta da morte de 122 pessoas.
O epidemiologista Manuel Carmo Gomes estimou hoje que dificilmente se evitará os 154 óbitos por dia de covid-19 dentro de duas semanas e 14.000 casos diários, o que considerou ser inaceitável.
Na reunião no Infarmed sobre a situação epidemiológica em Portugal, o investigador da Faculdade de Ciências de Lisboa apresentou projeções sobre o que acontecerá se houver uma desaceleração do número de novos casos, inspirada naquilo que aconteceu na primeira onda da epidemia, que começa por “subir exponencialmente”, atinge o pico e desacelera.
Para a projeção foi utilizada a desaceleração ocorrida entre 16 e 28 de março em confinamento total.
“Se nós tivermos uma variação dessa ordem de grandeza, aquilo que nós projetamos, assumindo que esta desaceleração se mantém constante nos próximos dias, dificilmente evitaremos já os 14 mil caso por dia”, salientou no encontro que reuniu especialistas, políticos, e que foi aberta pela ministra da Saúde, Marta Temido.
O epidemiologista sustentou que, se a partir de agora se conseguir “uma desaceleração semelhante àquela que tivemos no início da primeira onda nós iremos parar a este número médio de casos e levaremos aproximadamente duas semanas, e depois temos que descer, porque 14 mil casos por dia não é aceitável”.
Para passar aos sete mil casos serão necessárias aproximadamente três semanas, assumindo uma descida média semelhante à da primeira vaga, de menos 3,2%.