Ministro da eduação alerta:“As escolas foram as últimas a fechar, têm de ser das primeiras a abrir”

Os alunos do 1.º ao 12.º ano retomaram hoje as atividades letivas, mas longe das escolas. No entanto, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, espera que as aulas presenciais regressem logo, ainda que não se comprometa com uma data de reabertura.

“As escolas foram as últimas a fechar têm de ser das primeiras infraestruturas a abrir, a começar pelos mais novos, que têm mais dificuldades em lidar com os meios tecnológicos. Não podemos normalizar e sobrevalorizar o ensino à distância, nada substitui o ensino presencial”, disse o ministro da Educação em entrevista à TSF.

“Esperamos que esta paragem de duas semanas possa para compensar mais tarde, com ensino presencial, no Carnaval, na Páscoa e no final do ano”, disse.

O ministro justificou a opção das aulas online por “existir um em maior, que é a saúde pública e das comunidades escolares”, embora tenha desvalorizado o papel das escolas no aumento do número de mortes e casos de covid-19 em janeiro.

No total, são cerca de 1,2 milhões de alunos que voltam a ser obrigados a trocar, por tempo indefinido, as salas de aula pelas suas casas, quase um ano depois de, em março, o Governo ter encerrado as escolas e implementado o ensino a distância para conter a pandemia de covid-19.

Na lista das preocupações, constam sobretudo a falta de computadores e acesso à Internet para acompanhar as aulas ‘online’, a fragilidade de alguns alunos decorrente do seu contexto familiar e socioeconómico, e a dependência dos alunos mais novos.

Para minimizar algumas dificuldades, da parte do Governo há a promessa de mais 335 mil computadores, que deverão ser distribuídos ao longo do 2.º período, além da compra de outros 15 mil ainda sem data prevista para chegar, e dos 100 mil já entregues em novembro.

Há também o programa #EstudoEmCasa, lançado no ano passado, que continua a transmitir aulas na RTP Memória, e novas orientações do Ministério da Educação para as aulas ‘online’, para que haja “um equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas”, em função dos níveis de ensino e das turmas.

As escolas encerraram as portas há duas semanas e as crianças e jovens ficaram em casa, numa pausa letiva que será compensada com aulas nos três dias de férias do Carnaval, em outros três dias da Páscoa e durante mais uma semana no final do ano letivo.