Os especialistas foram claros: o confinamento deve durar dois meses para ter efeitos consistentes, apostar numa campanha forte de testagem, rever semanalmente as medidas e acelerar o processo de vacinação.
Marta Temido já respondeu.
Marta Temido, a única responsável do Governo que esteve presencialmente na reunião de hoje, saiu do encontro com “cinco conclusões”:
- O atual nível de confinamento está a produzir efeitos – incluindo no número de hospitalizações, numa fase mais atrasada os cuidados intensivos e óbitos. Efeitos também no controlo das novas variantes: “as estimativas de circulação eram de 60% neste momento, mas conseguimos reduzir a sua predominância”;
- Para a ministra da Saúde, “fica bastante claro que quanto maior a intensidade do confinamento mais rápida a redução do risco de transmissão”. Os efeitos das medidas, reconhece, “foram diferentes após as primeiras medidas do agravamento de 21 de janeiro”;
- “Apesar destas medidas estarem a produzir resultado, é bastante evidente que o atual confinamento tem de ser prolongado por mais tempo, para já faveiro, mas provavelmente por um período de 60 dias a contar do seu início. Tendo sido referido que será isso que nos permitirá CI abaixo das 200 camas e incidência abaixo 60 casos por 100 mil habitantes. O nível de incidência ainda é extremanente elevado”, admitiu Marta Temido.
- A ministra anotou uma “intenção elevada de a população se vacinar, indicador importante para a recuperação do país, mas que deve ser lido com a escassez de vacinas que estamos a enfrentar”. Neste momento, anotou a ministra, Portugal tem contratos assinados para receber 4 milhões no primeiro trimestre, mas “só temos a certeza de entrega de 1,9 milhões de vacinas”.
- Marta Temido defende, agora, o alargar e multiplicar da testarem massiva. “A testagem e rastreio são essenciais”, diz, incluindo aqui a utilização de “testes rápidos de antigénio”. Neste sentido, a ministra diz que vai “insistir junto da DGS” para redefinir o “critério técnico de alargamento da testagem”, no sentido de “testarem de contatos, independentemente do seu grau de risco”. “O Ministério da Saúde já pediu isso à DGS, para avaliação dessa possibilidade, que consideramos uma boa oportunidade. Se alguém foi contacto de um caso positivo, que beneficie sempre de um teste. Não temos hoje problema de testes, há reforço de capacidade de teste pública e também de privados.”
Depois, respondendo aos jornalistas, Marta Temido disse que foi pedido aos peritos para consensualizarem critérios para alargamento das medidas restritivas (quando necessário) e também aspetos relacionados com os calendários temporais dessas medidas. “São questões a que vamos voltar”.
Esta tarde, o Presidente da República ouve os partidos sobre o novo estado de emergência.
Reações terão lugar após encontros em Belém.