Dois golos de Tavernier, capitão do Rangers, permitiram aos escoceses virar a desvantagem da primeira mão (o SC Braga venceu, por 1-0, na Pedreira), com David Carmo, aos 83’, a ser gigante entre os centrais e a levar o jogo para prolongamento. Depois, com nove, foi uma missão impossível para o SC Braga.

O golo inaugural surgiu logo aos dois minutos, com Tavernier a finalizar jogada iniciada por Kent, pela esquerda, a tocar para Barisic, que cruzou para Aribo servir o capitão, que fez a bola passar entre o poste esquerdo e Matheus… Três minutos depois o Rangers viu o golo de Roofe ser anulado, depois do árbitro consultar o VAR, que confirmou mão de Barisic, após cabeceamento do camisola 25.

Os bracarenses nunca conseguiram pegar na bola (na primeira parte o Rangers teve 69 por cento de posse de bola), com os escoceses a visaram a baliza de Matheus várias vezes.

Na primeira parte apenas houve registo de um remate do SC Braga à baliza: aos 24’, com Ricardo Horta a atirar por cima do travessão.

A um minuto do intervalo a vida dos bracarenses complicou-se, e de que maneira… Tormena derrubou Roofe dentro da área, viu cartão vermelho direto e, na conversão da respetiva grande penalidade, Tavernier bisou.

Na etapa complementar Carvalhal apresentou um 4x3x1, tirou André Horta e lançou Moura para reforçar a defesa. Mas os escoceses continuaram com uma ofensiva fortíssima, criando muitos calafrios aos bracarenses.

Aos 64’, Goldson acertou no travessão, após livre cobrado por Tavernier. O Rangers literalmente massacrou o SC Braga que, num lance de bola parada, aos 83’, acabou por ser feliz: Iuri Medeiros cobrou um pontapé de canto e David Carmo saltou mais alto para cabecear para o fundo da baliza.

No prolongamento, o Rangers, fortemente apoiado pelo seu público, sempre na mó de cima, chegou ao golo, por Roofe, que, na zona frontal, só teve de encostar o pé, após passe de Aribo. E quatro minutos depois Iuri Medeiros viu dois cartões amarelos, um por falta sobre Balogun e outro por protestos, deixando o SC Braga reduzido a nove…

Os escoceses tiram oportunidade para matar o jogo, com Arfield, aos 110’, a acertar em cheio no travessão, mas os minhotos nunca atiraram a toalha ao chão e tentaram o (quase) impossível, mas as pernas (e a cabeça) não deram para mais.

O Rangers segue para as meias-finais, onde vai defrontar o RC Leipzig do português André Silva, enquanto o SC Braga despede-se da Europa de cabeça erguida.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na zona de entrevistas rápidas da Sport Tv, após a derrota com o Rangers, nos quartos de final da Liga Europa.

Carlos carvalhal treinador SC Braga

«Foi uma entrada forte do Rangers, não por demérito nosso, mas por mérito do adversário. Já com o Celtic eles fizeram o mesmo. Estávamos preparados, mas era impossível travar a entrada e tivemos muitas dificuldades em jogar nos primeiros 10 minutos.

Depois, uma equipa que sofre um golo no primeiro minuto, que depois sofre um golo de penálti discutível e um vermelho que não pode ser…. Agarrámo-nos ao jogo, esperámos pelo nosso momento e ele surgiu quase no final do jogo. No prolongamento, foi igual. Mesmo com nove, continuámos a procurar o golo, às vezes com dois ou três homens na frente, mas fica muito difícil.

Mas os meus jogadores foram bravos, estoicos, e fizemos uma brilhante Liga Europa: um dos três melhores resultados nos 100 anos do clube. Estamos muito tristes por estar fora das meias-finais, mas orgulhosos.

Ricardo Horta, capitão do Sp. Braga, em declarações na zona de entrevistas rápidas da Sport Tv, após a derrota com o Rangers, na segunda mão dos quartos de final da Liga Europa, que valeu a eliminação dos arsenalistas.

«Tivemos uma entrada em falso, sabíamos que eles iam entrar com esta energia. Queríamos contrariar isso, mas sofremos logo um golo no início do jogo. Voltámos a entrar no jogo, depois penálti e expulsão quase nos deitou abaixo. Mas lutámos com dez, depois com nove. E se fosse com oito íamos lutar na mesma. É um grande orgulho ser capitão desta equipa.

Mas foi uma excelente campanha esta que fizemos. Queríamos mais, sobretudo depois de vencer o primeiro jogo, mas infelizmente não conseguimos. Mas foi muito bom o que fizemos na competição.»

Ricardo Horta – Capitão SC Braga

David Carmo, jogador do Sporting de Braga, em declarações na flash interview da Sport TV+, após a eliminação nos quartos de final da Liga Europa contra o Rangers:

David Carmo marcador do único golo do Sp. Braga em Glasgow

«Saio orgulhoso. A mensagem no balneário e em todas as paragens era para acreditar e deixar tudo. Representámos muito bem o Sp. Braga neste ambiente. Saímos de cabeça levantada. Podemos jogar bem ou mal, mas o importante é darmos tudo. 

Antes do golo começámos a notar que o Rangers estava a ‘tremer’. Já quando ganhámos o canto foi assim. E é o que eu digo. Conseguimos marcar e aquilo deu-nos mais energia. Não parecia que estávamos com menos um jogador.»

Paulo Oliveira, jogador do Sp. Braga, em declarações na zona de entrevistas rápidas da Sport Tv, após a derrota com o Rangers que valeu a eliminação da Liga Europa.

Paulo Oliveira defesa SC Braga

«[No início] parecia que nada estava a encaixar. Tínhamos a estratégia de não sofrer nos primeiros 10-15 minutos, porque sabíamos que eles iam entrar forte. Não conseguimos, mas demos a cara à luta a todas as adversidades. Demos tudo o que tínhamos, mas não chegou.

Fomos para o intervalo e tentámos arranjar argumentos para estar dentro do jogo. Conseguimos o Prolongamento, mas infelizmente não deu para mais. Gostávamos de ter chegado às meias, mas nada nos foi dado, chegámos aos quartos por mérito nosso.»